Huawei vai garantir acesso aos serviços digitais a 4,5 milhões de pessoas em Moçambique
Por: Hilário Taimo, correspondente em Moçambique
A multinacional chinesa Huawei vai apoiar o governo moçambicano a expandir o acesso à internet e aos serviços digitais para cerca de 4,5 milhões de pessoas localizadas nas áreas mais remotas do país.
Para o efeito, foi assinado um memorando de cooperação entre o presidente da Huawei África Subsaariana, Chen Lei, e o ministro moçambicano da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Daniel Nivagara. O evento contou também com a presença do embaixador da China em Moçambique, Wang Hejun.
O presidente da Huawei afirmou, durante seu discurso, que, “como resultado dos esforços de longo prazo do governo moçambicano, vemos que a cobertura da rede móvel atingiu 75%, mas ainda há muitas pessoas em áreas remotas que ainda não têm acesso aos benefícios do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação.”
Segundo Chen Lei, no âmbito da cooperação entre as partes, a multinacional chinesa pretende cooperar com o governo de Moçambique com vista a lançar serviços na nuvem digital.
“Através da construção de um centro de dados unificado do governo, de uma rede governamental privada fiável e de uma plataforma de nuvem governamental segura, o governo moçambicano irá permitir o rápido desenvolvimento e lançamento de serviços digitais governamentais na plataforma de nuvem, simplificando a cooperação interdepartamental do governo e melhorando de forma eficaz a eficiência da governança.”
Por outro lado, ele disse que Moçambique está também a entrar numa fase importante da transformação digital. Entretanto, subscreve que o crescimento da economia digital do país exige a plena utilização das capacidades de inovação digital de toda a sociedade.
“O avanço da inovação digital reclama a construção de uma infraestrutura digital sólida, incluindo uma conectividade digital maior, o fornecimento de serviços de nuvem nacionais e a criação de uma base de talentos digitais”, afirmou Chen Lei.
O executivo sublinhou que a Huawei pretende treinar 100 mil pessoas sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em três anos na África Subsaariana, através do programa denominado LEAP (Liderança, Empregabilidade, Avanço e Possibilidade).
“A Huawei pretende desenvolver uma forte liderança digital, uma força de trabalho de TIC qualificada e promover a alfabetização digital dos cidadãos. Esses jovens líderes terão a oportunidade de trabalhar na produção de conteúdo digital e no desenvolvimento de aplicações digitais em plataformas digitais, explorando mais possibilidades para si mesmos, suas famílias, suas comunidades e, finalmente, seus países”, explicou Chen Lei.
“Vai melhorar a actual situação crítica da economia digital” embaixador da China
Embaixador chinês em Moçambique, Wang Hejun
Após a assinatura do memorando, o embaixador chinês em Moçambique, Wang Hejun, fez uma análise da actual situação da economia digital do país. Ele a considerou em “um período crítico.”
Em seguida, ele disse que a assinatura deste documento tem um papel preponderante para alterar este cenário.
“A assinatura deste memorando contribuirá para a promoção da construção de infraestruturas digitais nas zonas rurais e a redução do fosso entre as áreas urbanas e rurais, consolidando a base de desenvolvimento do pagamento móvel e comércio electrónico”, afirmou.
Wang Hejun defendeu que, com a melhoria dos serviços digitais, o país poderá aprimorar e popularizar cada vez mais o uso da telemedicina.
“Este é um acto que vai, certamente, apoiar o país na formação dos profissionais digitais e vai reforçar a competitividade dos jovens no mercado de emprego, oferecendo recursos humanos para a transformação digital da economia”, avançou Wang Heijun .
“Vai ajudar na mitigação de crimes cibernéticos”, disse o ministro
Ministro moçambicano da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara
Segundo o ministro moçambicano, Daniel Nivagara, este memorando é de extrema importância na medida em que vai incentivar a cooperação nas áreas de inovação digital e capacitação dos profissionais moçambicanos.
“Esperamos que este memorando concorra para a promoção de cada vez maior inclusão digital do nosso país, através da conexão de mais cidadãos por meio das tecnologias de informação e comunicação principalmente nas zonas rurais”, referiu.
Na ocasião, Nivagara disse que um dos maiores problemas que o país enfrenta está relacionado com os crimes cibernéticos. Por isso, ele entende que este memorando vai, igualmente, “combater e mitigar os crimes cibernéticos.”
Refira-se que recentemente os portais do governo foram tomados por piratas internautas.