Comentário: resultado de cooperação do BRICS supera expectativas
“Neste momento histórico crucial, fizemos escolhas corretas e adotamos ações responsáveis, o que é de suma importância para o mundo”, disse o presidente chinês, Xi Jinping, ao presidir a 14ª Cúpula do BRICS, onde proferiu um discurso importante.
Trata-se de um encontro realizado sob um contexto complicado. A pandemia do Covid-19, a fragilidade da recuperação econômica global, a escalada da crise da Ucrânia e o surgimento do pensamento de Guerra Fria e a política em grupo, tudo isso exerce grande impacto sobre a segurança e o desenvolvimento dos países do BRICS.
A crise traz tanto desordem quanto mudanças, e a chave para enfrentá-la reside em como agir. Sendo uma organização representativa dos países emergentes e dos em desenvolvimento, o mecanismo do BRICS já percorreu uma jornada de 16 anos, portanto, já possui condições e coragem para enfrentar os desafios e atenuar as crises. Em 2021, o volume comercial entre os países do bloco registrou uma alta de 300% em comparação com o de 2006, o que colocou os países do BRICS como um motor para a recuperação e o crescimento econômico global.
Sendo o maior país do BRICS, a China voltou a assumir a presidência da organização por cinco anos. “Precisamos persistir na solidariedade e defender a paz e a tranquilidade do mundo; persistir na cooperação para impulsionar o desenvolvimento e responder juntos aos riscos e desafios; persistir em um espírito pioneiro e inovador para desencadear potencial e vigor da cooperação; e persistir na abertura e inclusão e reunir sabedoria e força coletivas”. Estas foram as propostas apresentadas por Xi Jinping durante o encontro e indicam o rumo correto para o BRICS abrir uma nova jornada de cooperação.
Em relação à segurança global, a Declaração de Beijing, documento aprovado na cúpula, deixa claro que a China “apoia as negociações entre a Rússia e a Ucrânia”, emitindo uma voz nítida dos países em desenvolvimento e emergentes para proteger a paz mundial.
No que diz respeito ao desenvolvimento global, a China também não poupou esforços. Em abril deste ano, a cidade de Xiamen, no sul da China, sediou a feira do BRICS onde o vinho da África do Sul, café do Brasil, os temperos da Índia e o chocolate da Rússia se tornaram os produtos de maior procura pelos negócios eletrônicos transnacionais. Segundo as estatísticas, em apenas 16 dias, a venda destes produtos em diversas plataformas de e-comércio chegou a 270 milhões de yuans.
“Acolher novos membros não só injetará novos vigores à nossa cooperação, como também aumentará a representação e projeção do BRICS”, disse o presidente Xi Jinping ao responder a questão do alargamento do bloco. Em 2021, o Novo Banco do Desenvolvimento do BRICS admitiu a Arábia Saudita, o Uruguai, Bangladesh e Egito como novos membros. Constata na Declaração de Beijing que a China “apoia a promoção do processo de alargamento do BRICS através da discussão”.