Acadêmicos do BRICS discutem o desenvolvimento compartilhado de alta qualidade

Os acadêmicos dos países que compõem o BRICS debateram nesta terça-feira (7) por videoconferência o desenvolvimento compartilhado de alta qualidade. Com a China na presidência rotativa da 14ª cúpula do bloco, o evento foi promovido pela Academia de Ciências Nacionais da China (CASS) e pelo Gabinete de Xiamen para o Centro de Inovação da Parceria da Nova Revolução Industrial do BRICS.

Diante dos desafios como a continuidade da pandemia de COVID-19 e a crise na Ucrânia, razão pela qual o mundo está muito atento à coordenação dos países emergentes, os especialistas voltaram a lembrar que o BRICS é um grupo dedicado a impulsionar o desenvolvimento, atender às necessidades de mais países em desenvolvimento e endurecer o multilateralismo verdadeiro.

No discurso de abertura, o diretor do Instituto de Cooperação Internacional da CASS, Wang Lei, apontou que neste cenário global complexo, os cinco países precisam reforçar a solidariedade e cooperação mais do que nunca, trabalhar juntos para consolidar o consenso sobre o desenvolvimento e a segurança globais, concentrar-se na colaboração no combate à epidemia e na recuperação econômica, buscar novos impulsos para um crescimento inovador e aprimorar o sistema de governança global. Ele destacou a disponibilidade da entidade chinesa para promover os intercâmbios entre as instituições acadêmicas do BRICS para contribuir com sabedoria para alcançar o desenvolvimento compartilhado.

O ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) do BRICS, Paulo Nogueira Batista Jr., salientou sua confiança no papel fundamental do bloco para lidar com os atuais desafios globais tanto no setor econômico quanto político. Para ele, o BRICS não apenas conseguiu promover a reforma da governança global, como ainda progrediu em fornecer uma alternativa de financiamento com a criação do NDB. O economista brasileiro apostou na ampliação dos parceiros do grupo com atitude aberta e inclusiva. Sugeriu ainda um projeto de moedas R5 (Real, Rublo, Rupia, Renminbi e Rand) para propiciar mais flexibilidade financeira aos mercados emergentes.

Classificando o bloco como representante dos mercados emergentes e países em desenvolvimento, o diretor do Conselho Chinês de Cooperação de Think Tanks do BRICS, Jin Xin, enfatizou que os Estados membros devem aderir à prioridade de desenvolvimento, contribuindo para a recuperação da economia mundial; persistir em desenvolvimento comum para beneficiar mais seus povos; e focar na inovação para construir uma parceria de desenvolvimento de alta qualidade.

Já o assessor da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia do Brasil, Ivan Oliveira, ressaltou a importância de ações coordenadas do grupo na transição do sistema internacional tradicional para o novo sistema, acrescentando que o objetivo das reformas e mudanças visam estimular o desenvolvimento, em vez de confrontar com outros. Ele também apostou na cooperação financeira para o BRICS desempenhar mais o papel construtivo no sentido de impulsionar o desenvolvimento compartilhado de alta qualidade.

Em seis horas, 20 especialistas e estudiosos do círculo acadêmico e governamental compartilharam reflexões e novas ideias em torno de tópicos como "Sistema Internacional e BRICS", "Desenvolvimento Global e BRICS" e "Estratégia de Desenvolvimento e BRICS".

Reportagem: Isabel Shi

Revisão: Diego Goulart, Floebela Guo