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Diálogo on-line com o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, e o pesquisador do Centro de Pesquisa dos Assuntos Internacionais, o redator sênior da Agência de Notícias Xinhua, Chen Jiaying
  2009-05-15 10:18:33  cri

Embaixador: Na realidade, essa é a terceira visita do presidente Lula na China. No ano passado, ele esteve em Pequim para a abertura das Olimpíadas, e nessa ocasião, encontrou-se com o presidente Hu Jintao. Essa visita, como eu já havia mencionado, é de especial importância, porque se dá depois de uma evolução muito significativa, como indicou o Professor Chen. Nós hoje temos um passado de realizações desde a retomada das relações diplomáticas. Nós já atingimos um patamar muito elevado nas relações no plano politico, econômico, no plano de cooperação científica e tecnológica. Há vinte anos Brasil e China constróem juntos satélites de sensoramento remoto, o que é um fato extraordinário entre dois países em desenvolvimento. Há vinte anos atrás, o progresso da China não era o que é hoje, e o mesmo ocorre no Brasil. Eu acredito que nós adquirimos um acúmulo de conhecimento nas relações bilaterais. O que os dois presidentes desejam é dar um passo adiante nessas relações, um passo que permita a intensificação do diálogo politico, ou seja, trocas regulares de visitas, uma dinamização da parceria estratégica e do diálogo político estratégico entre os dois países e uma diversificação das relações econômicas. O comércio cresceu, mas no caso das exportações brasileiras, essas exportações ainda são pouco diversificadas para a dimensão das economias chinesas e brasileiras. Portanto, existe muito espaço para novos investimentos da China no Brasil e do Brasil na China. Como por exemplo, no campo da cooperação científica e tecnológica temos dois projetos, que já citei anteriormente; o projeto da Universidade de Tsinghua e do CIBERS, o satélite sino-brasileiro. Nós queremos levar essa experiência para outros campos da área de ciência e tecnologia. E queremos desenvolver mais a cooperação humana, porque essa é fundamental para que as relações se consolidem e para que se cumpra aquilo que o Professor Chen havia dito, que é o conhecimento recíproco dos dois povos. Acredito que apesar do progresso que foi feito, ainda existe um desconhecimento por conta dos dois países. Para isso, o progresso no campo das relações humanas é fundamental. Nós estaremos estabelecendo novos leitorados de ensino do português na China. O governo chinês deve estar abrindo novos Institutos Confúcio no Brasil para o ensino do chinês, porque o conhecimento da língua é essencial. Nós procuraremos desenvolver novos eventos culturais do Brasil na China e da China no Brasil, além de exposições de jovens artistas chineses e brasileiros. Já ocorreu uma exposição importante de jovens artistas chineses em São Paulo no começo desse ano, e planejamos trazer artistas brasileiros à China. A arte contemporânea dos dois países é uma arte florescente. Por ocasião da visita do presidente Lula, nós vamos fazer uma exposição de fotografias sobre a Amazônia brasileira, que é uma área que desperta grande interesse, não somente entre os chineses, mas no mundo todo. Portanto, nós queremos intensificar as relações em todos os planos, e para isso, os dois líderes estão de acordo em lançar, como eu já mencionei, um plano de ação conjunta para os próximos cinco anos para especificar muito claramente, como vamos trabalhar em cada uma dessa áreas. Como já é sabido, por ocasião das visitas de 2004, foi estabelecida uma Comissão Binacional de Alto Nível, que no caso do Brasil é presidida pelo vice-presidente José de Alencar, e no caso da China, pelo vice-premiê Wang Qishan. Nós queremos que essa Comissão realize sua segunda sessão no segundo semestre desse ano no Brasil, e que a partir daí, nós começaremos a trabalhar nessa nova fase das relações com base num programa completo.

Zhu: Entre as áreas que o senhor mencionou, o comércio continua sendo destaque. O presidente Lula afirmou manter em alta suas expectativas em relação à esta visita durante seu encontro com Hu Jintao na cúpula do G20, e ressaltou que quer impulsionar as relações comerciais com a China.

Embaixador: Esse é um ponto muito importante da visita. O presidente virá acompanhado de um grande número de empresários brasileiros. Nós estamos trazendo algumas das lideranças empresariais mais importantes do Brasil, presidentes de grandes empresas, presidentes das grandes associações empresariais, e vamos organizar aqui em Pequim, um grande diálogo empresarial na manhã do dia 19 de maio, que será encerrado pelo presidente Lula. Esse será um evento de destaque da visita, e o objetivo é justamente fortalecer os laços de comércio e investimentos. Acredito que no campo do comércio, a expectativa brasileira é que nós consigamos dar passos importantes para diversificar as exportações do Brasil. As exportações de produtos básicos cresceram muito e seguirão crescendo, mas as exportações de outros produtos, tanto agrícolas como manufaturados, estão ainda num nível muito baixo. Nós esperamos aumentar consideravelmente as exportações na área de carnes, a bovina, suína e de frango, que são produtos que colocam o Brasil numa posição fundamental no mercado mundial. Esperamos crescer nas exportações de aviões para a China, pois Brasil e China mantêm um empreendimento conjunto na área aeronáutica, e inclusive fabricam um avião no norte da China, em Harbin. É um empreendimento entre a Avip e a EMBRAER, e nós queremos intensificar as exportações de aviões para a China, que ocupa uma posição de destaque no âmbito da aviação regional, e ainda vai crescer muito, com a construção de novos aeroportos em cidades médias. Eu acredito que existe um espaço muito grande para impulsionar o comércio e consolidar a posição, que o Professor Chen corretamente mencionou, de que a China se tornou no mês de março deste ano, o primeiro parceiro comercial do Brasil. E se nós trabalharmos nesse conjunto de medidas, nós poderemos consolidar essa posição pros próximos anos.

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