Permanecemos no Brasil até que nossas filhas já estavam para ingressar em curso superior e aí decidimos que seria melhor elas fazerem o curso superior na China, a fim de darem continuidade à formação cultural que haviam obtido na China, desde a creche e do ensino fundamental. Tratando dessa possibilidade, por telefone, com nossos amigos da Rádio Pequim, eles disseram "Poxa! Vocês já trabalharam conosco 17 anos, por que vocês não voltam a trabalhar aqui, trazem as crianças e elas podem fazer algum curso superior na Universidade de Pequim.
Portanto, Angelina e eu totalizamos 20 anos de trabalho na Rádio Pequim, uma soma de anos que nos enchem o peito de orgulho e satisfação.
Um período que vejo sendo continuado por alguns veteranos inesquecíveis e um conjunto de novos colegas que sustentam uma programação que não ficam nada a dever às mais poderosas emissoras de Rádio do mundo! Parabéns!
São inesquecíveis também alguns grandes acontecimentos que vivemos na China, inclusive os da década de 1970, em especial os de 1976, quando faleceram alguns dos mais notáveis líderes e heróis da revolução chinesa, como o presidente Mao Zedong, o primeiro-ministro Zhou Enlai e os vice-presidentes Zhu De e Dong Piwu. Logo em seguida tivemos ainda o fim da Revolução Cultural e a reabilitação de Deng Xiaoping, sob cujo comando tivemos, em 1978, o desencadeamento da causa de Abertura e Reforma de todo o País para o Exterior, ou seja, a integração da China no processo de globalização econômica e cultural, onde ela ocupa hoje a posição de segunda potência mundial.
Este processo de Reforma e Abertura culmina nos últimos dez anos com a criação em 2004 do Instituto Confúcio, destinado a difundir a língua e a cultura da China por todo o mundo e o intercâmbio das mesmas com as línguas e culturas de outros países.
Quando o Instituto Confúcio foi criado em 2004, existiam fora da China pelo menos 30 milhões de pessoas que falavam a língua chinesa. Hoje, esse número passa de 100 milhões, graças à instalação do Instituto Confúcio em 126 países, inclusive o Brasil, onde integro o corpo de editores da revista "Instituto Confúcio", publicação bimestral, bilíngue (português-chinês) em circulação nos países lusofônicos. Para mim é uma continuação do trabalho que eu já fazia na Rádio Pequim.