5. Como vê e perspectiva as Relações de Cooperação Mutuamente Benéfica e Amistosa China-Cuba? (Prensa Latina, Cuba)
Realizei uma visita a Cuba em junho de 2011, ocasião na qual mantive reunião franca e profunda com o presidente Raúl Castro, e me impressionou o povo cubano hospitaleiro e amigável.
Em 1960, Cuba foi o primeiro país do hemisfério oeste que estabeleceu relações diplomáticas com a Nova China, abrindo um novo capítulo das relações China-Cuba e China-América Latina e Caribe. Desde já, em mais de meio século, as nossas relações amistosas vêm se madurando, enquanto a nossa cooperação vêm tendo um conteúdo cada vez mais enriquecido. Os dois países avançam de mãos dadas no caminho de construir um socialismo com caraterísticas próprias, trocando apoios nas questões relacionadas aos seus interesses centrais e mantendo colaboração estreita nos importantes temas internacionais e regionais. As relações China-Cuba resistiram às mudanças da conjuntura internacional, e constituem um paradigma da união e cooperação dos países em desenvolvimento.
Disse o herói nacional cubana José Marti que "Juntar-se: esta é a palavra do mundo". A China e Cuba são bons amigos, bons parceiros e bons irmãos que compartilham do mesmo ideal e crença. Atualmente, ambos os países estão no período chave do seu desenvolvimento, e devem agarrar as oportunidades para procurar juntos o desenvolvimento. Devemos estreitar ainda mais os contatos de alto nível, compartilhar experiências de governança do estado, promover de forma acelerada a cooperação nas áreas prioritárias, tais como agricultura, infraestrutura, energia e mineração, turismo, energias renováveis, biotecnologia, entre outras, bem como intensificar o intercâmbio humanístico e entre governos locais e adensar a colaboração multilateral. Estou convicto de que com esforços conjuntos, podemos converter as nossas relações políticas de alto nível em frutuosos resultados da cooperação pragmática, e promover a nossa cooperação mutuamente benéfica e amistosa a subir a novos patamares.
Estou com expetativa de resumir junto com o presidente Raúl Castro experiências do desenvolvimento das relações bilaterais e projetar o seu futuro.
6. Como avalia as relações China-América Latina e Caribe? Quais planos e projetos tem sobre o desenvolvimento integral entre as duas partes? (Prensa Latina, Cuba)
"Não há distância entre amigos, mesmo com mil quilômetros, sentem-se lado ao lado". O verso antigo da China é o mais apropriado para descrever as relações China-América Latina e Caribe. A China e os países da região são todos países em desenvolvimento, encontram-se no estágio semelhante de desenvolvimento e encarregados de similares tarefas de desenvolvimento. Insistimos sempre em apoiar-se mutuamente na busca de caminhos de desenvolvimento adequados à nossa realidade e dedicamo-nos à promoção do desenvolvimento de ordem política e econômica internacional rumo à direção mais justa e razoável. Estes são motivos fundamentais pelos quais podemos procurar pontos comuns e reservar diferenças, progredindo assim de mãos dadas.
Desde a entrada no novo século, as duas partes vêm dominando firmemente o tema principal de desenvolvimento comum, aprofundando a confiança mútua política, ampliando a cooperação econômico-comercial, realizando aprendizagem e referência recíproca humanísticas, mantendo estreita colaboração nos assuntos internacionais, promovendo avanços notáveis das nossas relações, formando assim um paradigma para a Cooperação Sul-Sul.
A cooperação pragmática econômico-comercial constitui um importante pilar das nossas relações. Nos últimos anos, o fluxo do nosso comércio aumenta constantemente, batendo uma nova recorde de U$ 261,6 bilhões em 2013. A China já é o segundo maior parceiro comercial e a terceira maior origem de investimento estrangeiro da América Latina e Caribe. A nossa cooperação de benefícios recíprocos tem resultados frutíferos nos segmentos de energia, infraestrutura, finanças, agricultura, indústria manufatureira, alta tecnologia, entre outros, dando impulso vigoroso ao desenvolvimento econômico dos dois lados.
Atualmente, as nossas relações desfrutam de importantes oportunidades de maior progresso, gozando de condições mais favoráveis e um alicerce mais consistente. A China sempre trata as suas relações com a América Latina e Caribe com uma visão estratégica e com longo alcance, e tem toda a disposição de enviar esforços junto com os países da região, para impulsionar o desenvolvimento da nossa Parceria de Cooperação Integral com base na igualdade, benefício mútuo e desenvolvimento comum num patamar mais elevado, para melhor beneficiar os povos da China, da América Latina e Caribe e do resto do mundo.
Estabelecer o Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e promover a Cooperação Integral China-América Latina e Caribe correspondem à tendência de cooperação regional e transrregional, e constitui uma aspiração comum da China e dos países da América Latina e Caribe.
Foi aprovada na Segunda Cúpula da Celac a Declaração Especial para Expressar o Apoio à Criação do Fórum China-Celac, lançando um importante alicerce para o avanço da cooperação integral e a elevação do nível das relações entre a China e a América Latina e Caribe. E a parte chinesa expressa seu alto apreço ao relevante papel desempenhado por Cuba.
Atualmente, as condições para criar o Fórum China-Celac estão maduras. A parte chinesa está disposta a trabalhar junto com a parte da América Latina e Caribe, para fazer pleno uso do fórum como plataforma de cooperação integral e diálogos e cooperações diversificadas com base nos princípios de respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco, a fim de concretizar a complementaridade e o desenvolvimento comum, fazendo contribuições positivas à defesa dos nossos interesses comuns, ao avanço da Cooperação Sul-Sul e à paz, estabilidade e desenvolvimento da região e do mundo.