Ainda no início do novo milênio, várias obras de Paulo Coelho foram traduzidas para chinês. No entanto, as obras desta série literária foram tratadas de forma indiferente, à exceção de O Alquimista e, por consequência, toda a série de Paulo Coelho acabou por cair no esquecimento. No caso de O Alquimista, na versão de 2001, o seu título foi alterado para Uma Viagem Fantástica do Jovem Pastor, uma adaptação do próprio tradutor Sun Cheng'ao. Assim, revestiu o livro de uma alusão ao espírito aventureiro e chegou a remeter os leitores para as literaturas juvenis lidas na adolescência. De fato, esta edição logrou boas vendas e conseguiu uma reedição em 2004, na qual o título em chinês retomou a fidelidade ao texto original e, infelizmente, não repetiu os recordes de venda alcançados em 2001.
Apenas em 2009, o sétimo livro mais vendido do mundo foi relembrado na parte continental da China. Desta vez, retraduzido por Ding Wenlin com o título outrora bem-sucedido de Uma Viagem Fantástica do Jovem Pastor. Para além do título que seguiu o bom exemplo da tradução de Sun Cheng'ao na versão de 2001, a editora despendeu grandes esforços no design e na publicidade. Enfeitada com uma imagem bem simbólica e deixando imenso espaço à imaginação, a capa encadernada da nova versão facilitou a coleção das futuras publicações de Paulo Coelho.
Consequentemente, esta reedição conseguiu grande popularidade em pouco tempo, teve de ser reeditada mais vezes para satisfazer os leitores chineses, e desencadeou uma série de retraduções de obras de Paulo Coelho na China. Os títulos: Veronika Decide Morrer, Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei, O Demônio e a Srta. Prym e O Diário de um Mago passaram a integrar a coleção Novos Clássicos da editora Nanhai Press Company que aproveitou igualmente para lançar progressivamente várias obras inéditas de Paulo Coelho na China: A Bruxa de Portobello, O Vencedor Está Só, Brida, O Aleph, Manuscrito Encontrado em Accra e O Instante Mágico. Adultério, o título mais recentemente traduzido para chinês por Zhang Jianbo, professor de português da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, será publicado em março de 2016.