Como a primeira tenista chinesa que conquistou o torneio de Roland-Garros, um dos quatro torneios de Grand Slam de Tênis, a personalidade distinta de Li Na é bem conhecida pelo mundo. Esta personalidade causava problemas na sua carreira profissional. No entanto, pôde sempre mostrar sua aparência colorida ao público. Durante a Fed Cup de Tênis para seleções femininas em Shenzhen, cidade no sul da China, a personalidade forte de Li Na deixou o público com uma sensação complicada.
Situada no Luohu Clube de Tênis de Shenzhen, a quadra central onde foi realizada a Fed Cup de Tênis só tem capacidade para cerca de 600 pessoas. No dia do jogo da seleção chinesa, estava lotada. Podemos dizer que a maioria foi para assistir o desempenho de Li Na. No dia 2 de fevereiro, o jogo entre ela e Chang Kai-chen, de Taiwan, durou apenas uma hora e terminou com a vitória de Li Na. Mas o que mais impressionou foi a entrevista dela depois do jogo. "Não escavem um terreno e me deixem pular no buraco, pois não poderei sair. Teria um monte de chineses cuspindo, eu seria inundada."
"Não representava a China nos jogos que já participei? Todos os jogos profissionais que eu fiz representam a China."
Falando sobre a perspectiva para os Jogos Olímpicos de Londres, Li Na disse:
"Falta meio ano para os Jogos Olímpicos, não estou ansiosa."
Zheng Jie e Peng Shuai, companheiras de seleção, trocaram suas raquetes. Sobre isso, Li Na ressaltou:
"Eu sou leal às coisas, então, não gosto de mudar."
O gênio forte de Li Na também ajuda a ganhar vantagens de todos os lados. Por exemplo, quando foi perguntada sobre a questão da igualdade de remuneração para os tenistas masculinos e femininos, ela disse:
"Para mim, a igualdade de remuneração é razoável. Mas, se falarmos da posição dos jogadores masculinos, isto é claro, irracional. Porque, afinal de contas, os jogos deles são disputados em melhor de cinco sets."
Nos jogos mistos da Hopman Cup, Li Na jogou com o chinês, Wu Di, novato na seleção chinesa, e treinou com ela na Alemanha por algum tempo. Falando sobre Wu Di e tênis masculino da China, Li Na se tornou sinceira e aberta:
"Não acho que seja difícil para o tênis masculino da China se desenvolver. Para mim, Wu Di é um pouco preguiçoso. Afinal de contas, ele ficou sem técnico por um ano. Todo mundo tem preguiça e ninguém o estava supervisionando. Como resultado, é fácil relaxar. Eu sempre acreditei que Wu Di tem talento e perspectiva de desenvolvimento, mas com algumas ressalvas..."
Li Na pode parecer agressiva em alguns momentos, tal qual os espinhos da rosa que leva tatuada em seu peito:
"Repórter: Você vai tratar os Jogos Olímpicos em Londres como os últimos na sua carreira profissional?
Li Na: Se você espera que sim, é sim; se você espera que não, então, é não. Não importa o que eu digo, algumas pessoas vão escrever artigos com conteúdos diferentes."
Desde sua conquista em Roland-Garros, Li Na é colocada "sob os holofotes", sendo alvo de atenção especial do público. Seu temperamento sensível, seus patrocinadores, sua irritação com alguns espectadores que não observam as regras, e até suas respostas em inglês nas entrevistas após os jogos são amplamente discutidos. Foram grandes mudanças na vida de Li Na, como ela falou em resposta sobre a questão da mídia internacional:
"Para mim, não sou heroína, só uma atleta de tênis. Eu sei que minha vida mudou depois do Aberto da França e não foi um pouco, mas bastante. Agora, se eu caminho na rua ou faço refeições no restaurante, muitas pessoas sabem quem eu sou. Nenhuma coisa é sempre boa ou sempre má, mas pode ser meio a meio. Eu perco meu espaço privado, não posso fazer muitas coisas. Porque qualquer coisa eu faço, há pessoas me olhando. De qualquer maneira, se eu não posso mudar esta situação, o que devo fazer é me acostumar a ela."