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China urge por sistema formal para doação de órgãos
  2012-04-06 15:19:12  cri

A China encara uma grave escassez de doadores de órgãos. O fato significa que o país está bem atrás dos ocidentais em termos de cirurgias de transplante. Autoridades, cirurgiões e pesquisadores bioéticos analisam as razões e apresentam soluções.

Estatísticas do Ministério da Saúde chinês mostram que a cada ano cerca de 1,5 milhão de pacientes chineses precisam de um transplante de órgãos. Mas apenas dez mil operações são feitas devido a uma grave escassez de doadores.

Para resolver a questão, o vice-ministro da Saúde, Huang Jiefu, expressou a esperança de que um sistema formal de doação de órgãos possa ser criado dentro de três a cinco anos, um movimento que poderia diminuir a dependência da doação de órgãos provenientes de condenados à pena de morte. O vice-ministro chinês fez tal afirmação numa reunião nacional sobre o programa-piloto de doação de órgãos, realizada em Hangzhou, província leste de Zhejiang.

Ele apontou que a China carece de um sistema unificado para doação de órgãos, bem como de uma fonte de fornecedores de órgãos reconhecida, em termos de ética médica, pelo setor internacional de transplante.

O Conselho de Estado chinês aprovou, em março de 2007, o Regulamento sobre Transplante de Órgãos do Corpo Humano, que regulariza o segmento, fornecendo uma base jurídica para o transplante de órgãos no país.

O pesquisador bioético do Instituto de Filosofia da Academia de Ciências Sociais da China, Qiu Renzong, acredita que a forte dependência do governo de contar com a doação de órgãos de criminosos condenados à morte restringe um melhor aproveitamento e opções mais sensatas de órgãos que possam ser usados nos transplantes.

Além dessa questão do governo, Qiu Renzong considera que a mentalidade antiquada de alguns chineses também representa obstáculos para o desenvolvimento do país na doação de órgãos.

Qiu Renzong afirmou:

"Uma massa de chineses têm um conceito velho e profundamente enraizado de que eles deveriam manter a totalidade de seu corpo após a sua morte. Tal conceito é muito desatualizado e não só exerce um impacto negativo sobre o problema de transplante de órgãos, mas também dificulta os hospitais a realizarem autópsias que são importantes para que a causa da morte seja detectada."

Para aqueles que querem ver o milagre da vida, é outra história. Um menino de cinco anos chamado Wang Chenbo, por vontade de seus pais, teve recentemente seus órgãos doados ao Hospital You'an de Beijing, uma instituição médica famosa por seu centro de transplantes de fígado.

Como o fígado e os pulmões foram considerados impróprios para doação, os pais do bebê, que morreu de síndrome de Fanconi, autorizaram a doação das córneas.

Lu Shichun, um especialista em tranplante de fígado do Hospital You'an, de Beijing, testemunhou a doação de órgãos em primeira mão. Além de ficar comovido, disse que o número de doadores voluntários é muito pequeno, considerando a demanda. Ele pediu a criação de um sistema formal para a doação de órgãos.

"De acordo com o ritmo de desenvolvimento social da China, o país precisa urgentemente de um sistema formal de doação de órgãos. Acho que a consciência pública é muito inadequada e a atmosfera social é muito imatura. Essa situação exige que a equipe médica e os departamentos governamentais pertinentes ofereçam ao público mais informações sobre os canais para doação de órgãos."

O especialista acrescentou que acredita que a escassez de órgãos para cirurgias de transplante sempre vai existir na China e em outras nações, porém, ele também afirmou que a única maneira de resolver este grave problema é com a criação de um sistema confiável para garantir que os órgãos possam ser doados.

A diretora do escritório de doação de órgãos humanos da China e vice-presidente da Cruz Vermelha no país, Hao Linna, afirmou que desde março de 2010, quando a Cruz Vermelha da China junto com o Ministério de Saúde iniciaram o trabalho-piloto de doação de órgãos, o programa já se ampliou para 16 províncias e municípios. Como resultado da campanha, vidas à beira da morte foram salvas. Ela acredita que a doação voluntária de órgãos de cidadãos deverá ser principal fonte para o transplante de órgãos.

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