A porcelana é uma das invenções mais notáveis da China. Além da exibição sobre Matteo Ricci, o Museu Capital de Beijing ainda organizou ao mesmo tempo uma mostra de porcelanas chinesas exportadas durante a Dinastia Qing. Cerca de 200 itens de design delicados, produzidos entre 1644 e 1911, demonstram a posição indispensável da arte em porcelana da China nos intercâmbios culturais, econômicos e artísticos entre o país e o oeste do mundo. Conta-se que pelo menos 60 milhões de porcelanas chinesas foram vendidas à Europa no século 18.
Correspondendo ao conceito estético e à demanda diária dos ocidentais, as porcelanas chinesas exportadas naquele período tinham cores brilhantes e formas bem diferentes das porcelanas comercializadas nacionalmente. As porcelanas exportadas tinham imagens de pássaros, flores, montanhas, rios, personagens e da vida cotidiana chinesa, além de paisagens e artes típicas ocidentais, que sempre atraíram atenção dos estrangeiros. Após chegar ao estrangeiro, algumas porcelanas foram pintadas e queimadas novamente segundo a estética ocidental. Por isso, elas combinam efeitos da cultura chinesa e europeia.
O especialista em porcelana Hu Yanxi escreveu um livro sobre os encantos artísticos dos itens exportados durante a Dinastia Ming e sua influência mundial.
"Antes de 1710, as porcelanas chinesas eram consideradas tesouros preciosos na Europa, porque os europeus ainda não dominavam a técnica de laqueadura. Pouco a pouco, os europeus procuraram saber mais sobre a China e a vida do seu povo, e o uso dos artesanatos veio a calhar, pois a fotografia ainda não havia sido inventada naquele momento. Por isso, uma importante função das porcelanas chinesas era mostrar a situação do país asiático aos ocidentais."
Hu acrescentou que os ocidentais adoravam as decorações típicas nas porcelanas, porque elas eram portadoras da cultura tradicional chinesa. "Os encantos da cultura chinesa de 5 mil anos comoveram a classe alta da sociedade europeia", apontou Hu.
(por Chen Ying)