O Museu Capital de Beijing recebeu em março duas exposições para celebrar os intercâmbios culturais realizados entre Ocidente e Oriente. Uma das mostras foi sobre a vida do missionário italiano Matteo Ricci, que veio à China há mais de 400 anos e se dedicou à divulgação da cultura ocidental no país asiático; a outra mostra exibiu porcelanas chinesas exportadas para a Europa no século 18. Através dessas exibições, os visitantes podem conhecer mais sobre as trocas culturais realizadas entre os dois hemisférios do globo.
Foi no final do século 16 que o missionário italiano Matteo Ricci chegou à China. Naquela altura, o Renascimento e a primeira revolução tecnológica davam novo vigor ao Ocidente, enquanto na China o imperado Wanli, da Dinastia Ming, estava no poder. Uma longa viagem trouxe Matteo Ricci ao país asiático e, com ele, vieram objetos ocidentais, como o prisma triangular e um relógio solar. Os artefatos ajudaram a divulgar conhecimentos ocidentais sobre matemática, astronomia e geografia, possibilitando que funcionários governamentais e eruditos chineses conhecessem aparelhos delicados feitos pelos ocidentais, além de pintura a óleo e obras científicas como "Elementos da Geometria", de Euclides. Segundo o material de ensino usado hoje na China, Matteo Ricci foi o primeiro europeu a introduzir a tecnologia e os êxitos artísticos ocidentais modernos ao país.
Neste ano, celebra-se os 400 anos do falecimento de Matteo Ricci, o 40º aniversário da fundação das relações diplomáticas entre a China e a Itália e o Ano da Cultura Chinesa na Itália. A exibição "Matteo Ricci: embaixador dos intercâmbios científicos, tecnológicos e culturais entre Oriente e Ocidente no fim da Dinastia Ming" co-organizada por China e Itália, está sendo realizada no Museu Capital de Beijing. Na cerimônia de abertura da exposição, o vice-diretor da Administração Estatal de Relíquias Culturais da China, Zhang Bo, afirmou:
"O missionário italiano Matteo Ricci veio a China trazendo conhecimentos sobre astronomia, matemática e geografia, entre outros campos. Sua chegada possibilitou aos funcionários governamentais da Dinastia Ming que aprendessem com os conhecimentos ocidentais. Há 400 anos, Matteo Ricci, embaixador da cultura europeia, estabeleceu com sucesso uma ponte de intercâmbios culturais entre a China e a Itália. Hoje, as relíquias culturais dos dois países atravessaram o tempo e realizam novamente um diálogo cultural e histórico."