Um telescópio de campo amplo capaz de inspecionar todo o céu do Hemisfério Norte entrará brevemente em operação na Província de Qinghai, no noroeste da China, informaram seus fabricantes nesta terça-feira.
Com 2,5 metros de diâmetro, o Telescópio de Pesquisa de Campo Amplo (WFST, na sigla em inglês) é agora a maior instalação de pesquisa no domínio do tempo no Hemisfério Norte.
Foi desenvolvido em conjunto pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China e pelo Observatório da Montanha Púrpura sob a Academia Chinesa de Ciências.
O telescópio provavelmente começará a operar em meados de setembro, ajudando os cientistas a monitorar os eventos astronômicos dinâmicos e realizando a pesquisa de observação astronômica no domínio do tempo, informou o observatório.
"Após o WFST se tornar totalmente operacional, podemos usá-lo para detectar certos sinais celestes muito fracos e distantes, incluindo aqueles de galáxias distantes e aglomerados de galáxias fora da Via Láctea", disse Lou Zheng, engenheiro-chefe da estação de observação em Qinghai do observatório.
Ele se tornará o telescópio de pesquisa do céu mais poderoso do Hemisfério Norte, disse Kong Xu, projetista-chefe do projeto na Universidade de Ciência e Tecnologia da China. "O uso do WFST melhorará muito as capacidades da China de monitoramento e de alerta precoce de objetos próximos à Terra."
Em 2022, o telescópio foi apelidado em homenagem ao antigo filósofo chinês Mozi, ou Micius, que se diz ser o primeiro na história a realizar experimentos ópticos.
A construção do projeto do telescópio começou em julho de 2019 na cidade de Lenghu, que tem uma altitude média de aproximadamente 4.000 metros. A cidade também é conhecida como o "Campo de Marte" da China devido à sua paisagem desértica estranhamente erodida que se assemelha à superfície do planeta vermelho.
A área onde Lenghu se situa tem as vantagens do céu noturno claro da região do planalto, condições atmosféricas estáveis, clima seco e menos poluição luminosa artificial, o que significa que tem o potencial de se tornar um dos melhores locais para observação de estrelas no continente eurasiático. Desde 2020, o Lenghu atraiu 11 instituições de pesquisa científica e 12 projetos de telescópios, com um investimento total de 2,7 bilhões de yuans (US$ 370 milhões).
Após a conclusão, a cidade se tornará a maior base de observação astronômica da Ásia, informou o observatório.