O jornal estadunidense The New York Times criticou, em artigo publicado no dia 22, a descarga de esgoto radioativo pelo Japão no Oceano Pacífico, destacando que esta conduta desencadeará uma reação em cadeia. 

De acordo com a matéria, a decisão de despejo das águas contaminadas de Fukushima, tomada pelo governo japonês e pela Tokyo Electric Power Company (TEPCO), careceu de transparência, e não permitiu uma participação suficiente das principais partes interessadas. Isso poderá dar um início à desconfiança e controvérsias por décadas. Embora a TEPCO, operadora da usina nuclear de Fukushima, tenha afirmado que a concentração de radiação em águas residuais é “insignificante”, a chave do problema não reside em tecnologia e indicadores, mas no “mau exemplo” em que consiste, o que gerou um precedente para tomadas de decisões governamentais opacas. O Japão já realizou várias audiências sobre o assunto, mas essas reuniões tiveram mais a ver com discussão de alternativas, não com dar ao público mais direito à fala e à informação. 

Devido à burocracia e à cultura empresarial complicadas do Japão, é impossível reverter decisões importantes, como o despejo de esgoto no mar. Para uma descarga das águas contaminadas de forma segura e responsável, é necessário garantir um mecanismo de monitoramento verdadeiramente independente, internacional e participativo, assim como a participação estreita das partes mais envolvidas, acrescentou o artigo. 

Tradução: Zhao Yan

Revisão: Mariana Yante