Diante das alegações de que o volume de trítio nas águas contaminadas por energia nuclear a serem descartadas pelo Japão no mar é inferior ao limite estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e de que o nível dessa substância radioativa nas águas residuais das usinas nucleares chinesas ultrapassaria o volume máximo correspondente nos esgotos de Fukushima, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, expôs nesta quarta-feira (23) razões científicas pelas quais o país se opõe ao plano japonês.
Segundo Wang Wenbin, os resíduos contaminados da usina de Fukushima são águas que passaram por núcleos derretidos dos reatores, sendo totalmente diferentes das águas residuais evacuadas pelas usinas que funcionam normalmente. O Japão está confundido intencionalmente as definições desses dois tipos de esgoto, o que demonstra sua atitude não-científica nessa questão, e também a intenção de ludibriar a comunidade internacional, apontou o diplomata chinês.
O porta-voz chinês salientou que, nos últimos dois anos, a legitimidade e a segurança do plano japonês de despejo de águas poluídas por dejetos nucleares vêm sendo questionadas pela comunidade internacional. Além disso, que a China e outras partes envolvidas também apontaram várias vezes que mesmo que os resíduos nucleares sejam seguros, seu descarte no mar não seria necessário; contrariamente, não devem ser desaguados no oceano. Wang Wenbin sublinhou que a insistência do Japão em implementar o projeto de descarte de esgoto radioativo carece de legitimidade, racionalidade e necessidade, e pediu que o país não pondere a questão com base em seu interesse particular, a fim de evitar que o risco de poluição nuclear seja transferido para toda humanidade.
Tradução: Xie Haitian
Revisão: Mariana Yante