O portal de notícias estadunidense The Washington Post divulgou nesta segunda-feira (7) um artigo sobre a realidade dos internatos para crianças indígenas no país, que funcionaram até 1969, contando as experiências pessoais de quatro sobreviventes.

Todos os quatro entrevistados já tinham mais de 70 anos. Um homem de 86 anos afirmou que foi agredido sexualmente por outros alunos em um internato quando tinha 10 anos. Um nativo do Alasca declarou que, durante seis anos no estabelecimento, era chamado por números, em vez de pelo próprio nome. Outro sobrevivente de 72 anos indicou que foi levado embora sem que houvesse tido oportunidade de se despedir da sua família. Além disso, os entrevistados expuseram que eram obrigados a executar muitas tarefas, frequentemente eram discriminados e excluídos nas aulas, eram punidos fisicamente por cometerem erros, bem como abusados e espancados se falassem o idioma de sua tribo. As mulheres tinham que cortar seus cabelos longos e, muitas vezes, assediadas sexualmente.

O artigo salientou que uma investigação anterior sobre os internatos da população indígena feita pelo Departamento do Interior dos Estados Unidos revelou que, entre 1870 e 1969, o governo dos EUA criou mais de 400 estabelecimentos do gênero em 37 estados, frequentados por dezenas de milhares de crianças indígenas. Acredita-se que milhares tenham morrido nesse tipo de instituição, enquanto muitas outras foram vítimas de agressão sexual, abuso físico ou trauma.

Tradução: Wang Siqi

Revisão: Mariana Yante