Uma reportagem publicada no site espanhol "El Orden Mundial" apontou que o Sistema de Reserva Federal (Fed, na sigla em inglês), banco central dos Estados Unidos, está transferindo o fardo da inflação do país para o resto do mundo.

A decisão do Fed de combater a inflação com o aumento das taxas de juros atrai dinheiro de outros lugares do mundo e eleva o valor do dólar. Sob as influências da fuga de capitais e depreciação da moeda, os demais países vêm sofrendo o incremento de preços dos empréstimos e das mercadorias importadas.

Um estudo do Fundo Monetário Internacional assinalou que, se o dólar valorizar 10%, a taxa de inflação nos demais países expande 1% em média. Esse número é ainda maior em economias altamente dependentes de importações.

Em resposta a um dólar forte, os bancos centrais de outros países foram obrigados a aumentar as taxas de juros para conter a fuga de capitais e a consequente desvalorização. Isso desencadeou um ciclo vicioso de que as taxas de juros no mundo foram elevadas a níveis que não pretendiam.

Essa dinâmica é mais prejudicial para as economias em que o aumento de juros não é eficaz para combater a inflação, tais como as mais afetadas pelos altos custos de energia ou alimentos.

Tradução: Paula Chen

Revisão: Diego Goulart