O crescimento do produto interno bruto (PIB) global deve desacelerar de 3,1% este ano para 2,2% em 2023, informou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em sua mais recente Perspectiva Econômica nesta terça-feira.

O número de 2022 é cerca de metade do ritmo registrado em 2021 durante a recuperação da pandemia, e a taxa de crescimento projetada para 2023 está bem abaixo da prevista antes da eclosão do conflito Rússia-Ucrânia.

"A Ásia será o principal motor de crescimento em 2023 e 2024, enquanto a Europa, a América do Norte e a América do Sul terão um crescimento muito baixo", segundo a entidade.

Os principais mercados emergentes da Ásia, segundo projeção da OCDE, devem responder por cerca de três quartos do crescimento do PIB global em 2023, enquanto as economias dos Estados Unidos e da Europa devem desacelerar.

"Travado pelos altos preços de energia e alimentos, confiança fraca, gargalos contínuos de oferta e impacto inicial de uma política monetária mais apertada, o crescimento anual na área do euro em 2023 deverá ser de 0,5%", disse a organização.

A economia dos Estados Unidos crescerá apenas 0,5% em 2023, em comparação com 1,8% em 2022.

Os mercados de energia permanecem entre os riscos negativos significativos.

"A Europa percorreu um longo caminho para reabastecer suas reservas de gás natural e reduzir a demanda, mas este inverno no Hemisfério Norte certamente será desafiador", indicou, acrescentando que preços mais altos do gás ou interrupções completas no fornecimento de gás levarão a um crescimento significativamente mais fraco e maior inflação na Europa e no mundo em 2023 e 2024.

Acelerar o investimento na adoção e desenvolvimento de fontes e tecnologias de energia limpa será crucial para diversificar o fornecimento de energia e garantir a segurança energética, destacou a OCDE.