O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, e o atual presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, vão disputar o cargo em um segundo turno das eleições a ser realizado em 30 de outubro.

A confirmação de que haveria um segundo turno foi anunciada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando 99,62% das urnas já tinham sido apuradas, com Lula registrando 48,33% dos votos e Bolsonaro, 43,33%.

O resultado da votação da eleição mais polarizada da história da democracia brasileira causou surpresas, já que as previsões divulgadas pelos institutos de pesquisa indicavam uma possibilidade de Lula ser eleito este domingo, diante de diferenças de 13% a 14% entre os dois candidatos.

O resultado deste domingo confirmou um tabu de que o ex-presidente Lula nunca conseguiu se eleger no primeiro turno (2002 e 2006).

Os votos nulos somaram 2,82% e os em branco, 1,59%, e a abstenção alcançou 20,9%.

Após a confirmação do segundo turno, Lula, que acompanhou a apuração de um hotel em São Paulo, anunciou que abrirá um diálogo com outras forças políticas, como a candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Simone Tebet, que ficou em terceiro, com 4,22% dos votos, e com o candidato Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que acabou quarto, superado por Tebet, com 3,05% dos votos.

Lula qualificou o segundo turno como "apenas uma prorrogação", expressou sua confiança na vitória e destacou que nesta nova fase da campanha terá "oportunidade de ter um debate frente a frente" com o presidente Bolsonaro.

O atual mandatário foi o último a falar com a imprensa sobre o resultado das eleições deste domingo. Segundo ele, a votação demonstrou uma vontade de mudança por parte da população e comentou que a inflação e a pandemia afetaram a popularidade de seu governo.

As conversas com possíveis apoiadores começaram a ser feitas pelas campanhas dos dois presidenciáveis ainda na noite este domingo, e se espera novidades nos próximos dias.