Comentário: Países insulares do Pacífico não são ferramentas de confronto geopolítico dos EUA
Fonte: CRI Published: 2022-09-24 20:01:34

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, presidiu no dia 22, durante a convocação da Assembleia Geral da ONU, uma reunião dos ministros das relações exteriores da Parceria no Pacífico Azul (PBP, na sigla em inglês). Na ocasião, ele disse que os Estados Unidos vão impulsionar o desenvolvimento da região e ajudar os países concernentes a lutar contra as mudanças climáticas e reforçar a construção da infraestrutura.

O evento é considerado uma preparação para a primeira Cúpula EUA e Países Insulares do Pacífico a ser realizada no final deste mês em Washington.

A chamada PBP foi criada em junho deste ano e conta com cinco países fundadores, EUA, Reino Unido, Austrália, Japão e Cingapura. A Índia é um observador do grupo. A PBP disse que vai fortalecer cooperações com os países da região em questões do clima, segurança marítima, saúde e outras áreas.

Os EUA realizaram neste ano muitas atividades diplomáticas sem precedentes na região. Em fevereiro, Antony Blinken se tornou o primeiro secretário de Estado norte-americano a visitar a República de Fiji. Depois disso, o coordenador dos EUA para Assuntos no Indo-Pacífico no Conselho de Segurança Nacional, Kurt Campbell, visitou as Ilhas Salomão em abril, a vice-presidente estadunidense, Kamala Harris, anunciou em julho que o país deverá abrir duas novas embaixadas na região do Pacífico, e, no mês passado, a secretária de Estado adjunta, Wendy Sherman, visitou vários países insulares do Pacífico.

No entanto, alguns veículos de imprensa norte-americanos indicaram que o verdadeiro objetivo da PBP é conter a influência crescente da China na região. O deputado norte-americano Steve Chabot disse que o acordo de cooperação de segurança entre a China e as Ilhas Salomão trouxe “pressão” para Washington.

Os países insulares do Pacífico têm também um conhecimento claro sobre isso. O primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, disse que sua principal preocupação não é a geopolítica, mas a mudança climática.

Vale lembrar que os EUA e o Reino Unido ainda carregam uma culpa histórica em relação ao povo da região. Após a Segunda Guerra Mundial, os dois países utilizaram o lugar para testes nucleares, causando grandes prejuízos para a saúde dos residentes locais. Até hoje, os norte-americanos e britânicos não fizeram compensações, nem pediram desculpas sobre as consequências dos seus atos.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Patrícia Comunello