Brasileiro compartilha experiência da Travessia do Rio em Hangzhou com criança chinesa
Fonte: CRI Published: 2022-09-05 16:09:51

O brasileiro de 70 anos de idade, Saulo Petean, residente em Hangzhou desde 2011, participa da Travessia do Rio Qiantang em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, em agosto.

Após nadar ao lado da nadadora mirim Zhao Jiayi, de 8 anos de idade, Petean compartilhou sua experiência de ter sido o único estrangeiro entre os cerca de 2.200 participantes.

Evento de natação no principal rio da província de Zhejiang, desde 1960, o deste ano teve a peculiaridade de contribuir com as ações do governo provincial que visam promover o ambiente de boas vindas e entusiasmo da população com que Hangzhou receberá a 19ª edição dos Jogos Asiáticos 2022, que devido a pandemia, foi remarcado para 2023, de 23 de setembro a 8 de outubro.

A parte do rio onde tradicionalmente acontece travessia coincide com trecho final do Grande Canal Beijing-Hangzhou, de 1.800 quilômetros, cujas primeiras seções foram construídas ainda no quinto século antes de Cristo e pela primeira vez conectadas durante a Dinastia Sui (581-618). 

O brasileiro Saulo Petean, 70, nadou ao lado de Zhao Jiayi, 8, enquanto seu pai Zhao Liang, e a mãe Zhu Xiuhui, a esperavam na chegada

Em seu relato da travessia Saulo disse que fazer amizade e nadar junto de Jiayi foi o que mais o emocionou.

 “A amizade com a nadadora mirim começou no ônibus que transportou os nadadores desde o Centro Esportivo Shangcheng até a plataforma de partida, no imponente centro esportivode Hangzhou, recém-inaugurado para abrigar os principais eventos da 19ª edição dos Jogos Asiáticos no ano que vem”, começa Saulo o seu relato.

“Ao meu lado, trazida por sua mãe, sentou-se Jiayi. Ambos fazíamos parte do último grupo de nadadores a entrar na água, previsto para as 9h30, e programados para aportar na margem esquerda, seguidos pela chegada das primeiras pororocas do dia, as ondas da maré do Mar do Leste da China caracterizadas como as mais altas e extensas do planeta relacionadas a esse fenômeno natural”, conta o brasileiro, e prossegue.

“Uma vez que Jiayi acomodou-se no ônibus, sua mãe Xiuhui despediu-se e seguiu de carro para o ponto de chegada da travessia. Para minha surpresa, Jiayi comunicou-se comigo em inglês enquanto ajudava-me ajustar o cordão do flutuador na cintura e fixar neste o meu selo de identificação.”

E Saulo continua, “depois que desembarcamos no centro esportivo, e seguíamos a pé misturados aos outros nadadores até o píer, Jiayi disse-me para ficar perto dela, e assim o fiz até entrarmos no rio”, e completa, “uma vez na água Jiayi sinalizou-me para segui-la e saiu nadando. Mesmo com nadadeiras e palas nas mãos, encontrei um ritmo de nadar devagar e acompanhei Jiayi por todo o percurso”. 

Nadadores do primeiro grupo deixam o porto do centro de esportes em direção à margem oposta do Qiantang 

“Jiayi nadou estilo de peito parando apenas para comentar como a temperatura da água mudava de quente para muito quente, depois esfriava e voltava a ficar quente, indicando a chegada das pororocas que subiam pelo estuário do rio”, conta Saulo.

O brasileiro diz que, "a travessia tornou-se para mim um nado livre, confortável e despreocupado virando o torso para observar a cabeça de Jiayi subindo e descendo na água”.

Ele ainda relata que o que mais gostou foi “a possibilidade de nadar sem preocupar-me se estava ou não no rumo certo. Não percebi o tempo passar até que inesperadamente, estava na chegada”, diz e conclui, “Jiayi atuou como navegadora. Nadando de peito, ela estabeleceu a velocidade e manteve o rumo”.

“Nadar juntos em um trecho de mar, rio, lago ou piscina é uma maneira genuína de exercitar comportamento cooperativo", afirma Saulo, e explica em seguida, "um dos nadadores assume o papel de líder, estabelece a velocidade média e o rumo, enquanto os demais o seguem".

Ao terminar seu relato, Saulo diz acreditar que "nos mais diversos aspectos nenhuma geração supera a de Zhao Jiayi, pelo fato desta geração desenvolver-se na nova era de revitalização da China". 

“A atitude e habilidade de Zhao Jiayi como nadadora mirim, junto com as outras crianças que participaram da travessia do rio Qiantang, é um exemplo convincente da nova realidade do país", concluiu.

Imagem de satélite mostra a rota da travessia e a distância de 1.600 metros completada pelos nadadores

 Pororoca passando na cidade de Haining no estuário do rio Qiantang