Comentário: Para onde vai a Europa com a queda contínua da moeda?
Em menos de seis meses, a taxa de câmbio do euro despencou 12% em relação ao dólar. A moeda recuou para menos de um dólar nesta quarta-feira (13).
Análises publicadas no site do jornal alemão Handelsblatt revelam que essa tendência está relacionada ao fortalecimento do dólar, à alta taxa de inflação na zona do euro, à expansão da crise energética na Europa e à elevação dos riscos nos países europeus altamente endividados sob expectativas de aumento de juros pelo Banco Central Europeu. Segundo Goldman Sachs, para cada queda de 1% nas previsões de crescimento do PIB da zona do euro, cairá 2% a taxa de câmbio da moeda. Nota-se que a crise energética já reduziu o PIB da região em cerca de 0,75% neste ano.
Desde a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, as várias rodadas de sanções contra a Rússia, impostas pelos EUA e pela Europa, prejudicaram a economia europeia e elevaram o risco de recessão, fazendo da zona do euro uma vítima direta. Em junho, o índice de preços ao consumidor (IPC) na região cresceu 8,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, que renovou o recorde histórico. Sob a influência do conflito geopolítico, a Alemanha, país poderoso em fabricação, registrou o primeiro déficit comercial em décadas.
A desvalorização do euro também tem relação com o aumento de juros nos EUA. A Reserva Federal valoriza o dólar e saqueia indiretamente a riqueza global, fazendo o euro uma vítima por baixo de sua “faca de carniceiro”.
Tradução: Joaquina Hou
Revisão: Diego Goulart