Um paradoxo nas políticas dos EUA para com a China
Em setembro passado, o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou no pódio da Assembleia Geral das Nações Unidas que o país não buscava uma nova guerra fria. Já o relatório divulgado pela Fundação Transnacional de Pesquisa para a Paz e o Futuro, um think tank sediado na Suécia, revela que Washington está avançando sistematicamente em uma “Agenda de Guerra Fria contra a China”.
De fato, desde que tomou posse, o governo de Biden sucede a estratégia da administração anterior de desligar, suprimir e difamar a China, além de atrair os aliados para formar um cerco contra a China. Isso contraria a repetida declaração presidencial de que não pretende criar uma guerra fria com a China, refletindo um paradoxo nas políticas norte-americanas.
O cientista político estadunidense Andrew Latham apontou a filosofia diplomática contraditória como o maior problema da Casa Branca. No seu artigo publicado no site The Hill, ele referiu que, por um lado, o governo norte-americano quer construir uma aliança global para conter a China, e, por outro lado, tenta estabilizar o equilíbrio global com uma postura moderada, o que levou a uma oscilação dramática na política externa. “Tanto o pensamento de guerra fria quanto o unipolar jamais se adaptará à realidade de hoje,” concluiu Latham no texto.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: Diego Goulart