Visão: É hora de erguer os novos alicerces da paz perpétua
Os governos destes países não têm acesso a estas armas. A manipulação do poder nuclear, os códigos do apocalipse, estão nas mãos do Pentágono, que guarda esse segredo. Os países que as acolhem são plataformas de lançamento próximo, e por isso alvos marcados.
O cerco militar à Rússia e à China alargou-se e está a ficar mais apertado. Mas a Europa, a Austrália e o Japão, são apenas plataformas de lançamento. Se o mundo chegar à beira do confronto nuclear, os EUA decidirão quando e onde soará a hora do Armagedão. E a Otan confirmará a sua inutilidade para a paz.
Quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, proclama que a sua política vai realizar o objetivo do governo americano de destituir o governo de Putin, através do rearmamento da Ucrânia e a escalada de sanções e irá ainda mais longe, pois é certo que o Estado Russo vai falir, esta, não é uma declaração de guerra total?
A extrema-direita, nos EUA, tomou o partido republicano e o partido democrático parece não ter forças para ganhar o apoio do seu povo para uma nova política democrática e progressista.
O futuro da Otan é incerto, sobretudo se o partido republicano vencer as próximas eleições. Na melhor das hipóteses, ela seguirá a estratégia que os EUA lhe ditarem. É o próprio governo dos EUA quem procura criar novos pactos militares, sem a consultar: O pacto Aukus, na região do Indo-Pacífico, envolvendo a Austrália, o Reino Unido e os EUA, permitirá que aquele país construa submarinos de propulsão nuclear, a partir de tecnologia americana, ameaçando a paz e a cooperação pacífica regional.
Que demonstra este quadro político e ideológico, contraditório e absurdo: que não existe na Europa e no mundo uma arquitetura institucional que garanta a segurança e a paz.
A escalada da guerra económica, como arma comum da UE e da Otan
Esta sobreposição política retirou da UE a sua imagem de instituição pacífica.
Mas não é a Comissão Europeia que elabora a estratégia de escalada. O Grupo de Trabalho Internacional sobre Sanções Russas, o chamado Grupo McFaul-Yermak, vem elaborando o plano de ação e as medidas de escalada contra a Rússia, entretanto apresentadas aos embaixadores do G7 e a uma conferência de 200 jornalistas e especialistas em Stanford Square: extremar sanções, o reconhecimento da Rússia como patrocinadora do terrorismo e um pacote de bloqueio total ao setor bancário.
É coordenado pelo chefe do Gabinete do Presidente Ucraniano, Andriy Yermak, e liderado pelo diplomata americano Michael McFaul.
Não encontramos uma única proposta para promover um cessar-fogo geral, de solução política para a guerra e para uma paz justa e duradoura.
McFaul foi o embaixador dos EUA na Rússia, entre 2012 e 2014, sob a presidência de Obama. Representa o governo dos EUA.