Reforma do sistema
Nos anos 1990, em Wuxi, cidade da província de Jiangsu, uma apresentação fez com que a Companhia da Ópera Kunqu de Jiangsu percebesse uma verdadeira crise existencial. A representação que envolvia 30 atores e orquestra, atraiu apenas três espectadores: um passeava no teatro, um caiu no sono e o último, mastigava sementes de girassol como se estivesse em um salão vazio. O presidente da Companhia, Ke Jun, então no palco, sentiu como se "os espectadores mastigassem seu coração".
Em dezembro de 2011, em Nanjing, quando a mesma companhia fez uma nova apresentação, a plateia tinha lotação esgotada.
A virada da situação ocorreu em 2004, graças à reforma do sistema de funcionamento da Companhia, que passou de um conjunto artístico totalmente dependente do orçamento governamental para uma empresa artística.
"Depois da reforma, sentimos a pressão." Ke Jun qualificou estes setes anos como "período de pressão". Em 2011, sua Companhia fez 612 representações, contra as 40 ou 50 anuais de antes, e a renda anual dos atores entrou em 2010 na casa dos 80 mil yuans, contra os 26 mil nos anos anteriores a 2010.
A Ópera Kunqu não podia mais ser um programa reservado para festivais nem apenas para obter prêmios.
"Não podemos depender dos recursos do governo. Precisamos atrair os espectadores, e com os espectadores, a nossa arte terá a vitalidade."