11. Reiteramos a nossa firme condenação ao terrorismo sob todas suas formas e manifestações e sublinhamos que não pode haver nenhuma justificação, seja qual for, para quaisquer atos de terrorismo. Acreditamos que as Nações Unidas têm um papel central na coordenação da ação internacional contra o terrorismo no quadro da Carta das Nações Unidas e em conformidade com princípios e normas do direito internacional. Neste contexto, apelamos por uma rápida conclusão das negociações na Assembléia Geral da ONU da Convenção Global sobre Terrorismo Internacional e sua ratificação por todos os Estados-Membros. Estamos determinados a reforçar nossa cooperação na luta contra esta ameaça global. Manifestamos nosso compromisso com a cooperação para reforçar a segurança de informação internacional e dar a atenção especial para combater cibercrime.
12. Observamos que a economia mundial está recuperando gradualmente da crise financeira, mas ainda enfrenta incertezas. As principais economias devem continuar a reforçar a coordenação das políticas macro-económicas e trabalhar juntas para alcançar um crescimento forte, sustentável e equilibrado.
13. Estamos comprometidos para assegurar que os países do BRICS irão continuar a ter forte e sustentado crescimento econômico apoiado pela nossa maior cooperação em economia, finanças e comércio, o que contribuirá para o crescimento a longo prazo, estável, sólido e equilibrado da economia mundial.
14. Apoiamos o Grupo dos Vinte (G20) a desempenhar um papel mais importante na governança econômica global como o principal fórum para a cooperação econômica internacional. Esperamos ver novos resultados positivos nos domínios da economia, finanças, comércio e desenvolvimento na Cimeira do G20 de Cannes em 2011. Apoiamos os esforços do G20 para estabilizar os mercados financeiros internacionais, alcançar o crescimento forte, sustentável e equilibrado e apoiar o crescimento e desenvolvimento da economia mundial. Brasil, Índia, China e África do Sul acolhem e apreciam a proposta da Rússia de sediar a cúpula do G20 em 2013.
15. Apelamos por uma rápida concretização das metas da reforma para o Fundo Monetário Internacional acordadas na Cúpula anterior do G20, e reiteramos que a estrutura da direcção das instituições financeiras internacionais deve refletir as mudanças na economia mundial e aumentar a voz e representatividade das economias emergentes e países em desenvolvimento.
16. Notamos que a crise financeira internacional revelou as deficiências e defeitos do atual sistema monetário e financeiro internacional. Apoiamos a reforma e melhoria do sistema monetário internacional, com vistas a estabelecer um sistema internacional de moedas de reserva que proporciona estabilidade e segurança e com uma base ampla. Acolhemos as discussões sobre o papel do Direito Especial de Saque (SDR) no atual sistema monetário internacional, incluindo a composicão da cesta de moedas do SDR. Chamamos mais atenção para os riscos de enormes fluxos de capitais transfronteiriços agora enfrentados pelos países emergentes. Apelamos por mais fiscalização regulatória e reforma financeira internacional, reforçando a coordenação política e cooperação na regulação e supervisão financeira, e promovendo o desenvolvimento saudável dos mercados financeiros globais e os sistemas bancários.
17. A volatilidade excessiva dos preços das commodities, particularmente os de alimentos e energia, tem sido um novo risco para a atual recuperação da economia mundial. Apoiamos a comunidade internacional a reforçar a cooperação para garantir estabilidade e desenvolvimento forte do mercado físico por meio de diminuição de distorção de mercado e reforçar a regularização do mercado financeiro de commodities. A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para aumentar a capacidade de produção, fortalecer o diálogo entre produtores e consumidores para equilibrar a oferta e a demanda, e aumentar o apoio aos países em desenvolvimento em termos de financiamento e tecnologias. A regulamentação do mercado de derivativos de commodities deverá ser devidamente reforçada para evitar atividades que disturbem o mercado. Temos que resolver o problema de falta de informações confiáveis e tempestivas sobre demanda e oferta a níveis internacional, regional e nacional. O BRICS está disposto a realizar uma cooperação mais estreita em matéria de segurança alimentar.
18. Apoiamos o desenvolvimento e uso de energias renováveis. Reconhecemos o importante papel de energias renovaveis no enfrentamento da mudança climática. Consideramos importante a intensificação de cooperação e troca de informações na área do desenvolvimento de energias renováveis.
19. A energia nuclear vai continuar a ocupar um lugar importante na futura matriz de energia nos países de BRICS. Normas e requerimentos relacionados com concepção, construção e operação das usinas nucleares devem ser estritamente observados e os países devem empreender a cooperação internacional com base nessas condições para desenvolver energia nuclear segura para o uso pacífico.
20. Estimular um crescimento econômico sustentável dos países em desenvolvimento constitui um dos principais desafios do mundo. Consideramos que crescimento e desenvolvimento são fundamentais para a eliminação da pobreza e a concretização do Objetivo do Desenvolvimento do Milénio. A erradicação da pobreza absoluta e fome é um imperativo ético, social, político e econômico da Humanidade e um dos maiores desafios globais que o mundo enfrenta hoje, em particular na África e nos Países Menos Desenvolvidos em outras regiões.