Os membros e delegados oriundos de minorias étnicas sempre despertam a atenção dos meios de comunicação durante as duas reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional (APN) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPCCh). No encontro desde mês de março, eles exibem na capital chinesa, palco do encontro, mais do que seus trajes coloridos: trazem na bagagem as propostas que refletem a vontade dos cidadãos que representam. Na sessão da CCPCCh, os membros da Região Autônoma Uigur de Xinjiang vão apresentar propostas que visam promover o desenvolvimento socioeconômico da região.
Logo que chegaram a Beijing, os membros da CCPCCh de Xinjiang começaram a organizar seus projetos. Um dos que mais chama a atenção da mídia é a moção assinada por dezenas de membros para acelerar a construção de habitações voltadas à fixação de residência dos pastores de Xinjiang
No final do ano passado, o norte de Xinjiang foi atingido pela pior nevasca em 60 anos, que causou grandes prejuízos financeiros aos pastores. A tragédia destacou a necessidade de criar moradias fixas a essa categoria, historicamente nômade. O ex-vice-diretor do Departamento de Proteção Ambiental de Xinjiang, Enuver, explicou:
"Ter moradia fixa traz muitos benefícios. Um deles é a capacidade de transformar alguns modelos antigos de pastoreio, contribuindo com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável da pastagem natural. Sob outro aspecto, as pessoas de idade deixam de ser submetidas a frequentes mudanças de casa. Isso também garante serviços hospitalares e de saúde, e crianças têm o acesso à educação facilitado. Para os pastores, os trabalhos são significativamente aliviados".
Segundo Enuver, 40% dos pastores de Xinjiang são nômades. Em 2009, o governo central deliberou o primeiro empréstimo para o projeto de fixação de residência de pastores nômades, cujas verbas são estimadas em 200 milhões de yuans. Com a implementação das políticas de estímulos, um número maior de pastores nômades passará a ter habitações definitivas.
Na proposta, os membros sugerem que o país aumente o suporte ao projeto e amplie o investimento na área.
Luniov Nikolai Ivanovic, integrante da CCPCCh que pertence à etnia russa de Xinjiang, é também presidente da única escola russa da China. Na condição de educador, a preocupação dele é promover o desenvolvimento da educação das minorias étnicas de Xinjiang.
"É preciso fazer uma reforma mais ampla na educação voltada às minorias étnicas e elevar a qualidade do ensino destinado a este grupo. Fico feliz por nosso país ter consciência disso. Nossa escola tem alunos tanto da etnia han quanto de outras minorias, e também necessita da ajuda neste aspecto".