No Distrito Lantian, a 60 km leste de Xi'an, cidade antiga no oeste da China, fica o Templo Shuilu, uma construção budista erguida entre os séculos VI e X, durante as Dinastias Sui e Tang. Após sua abertura para visitação em 2000, milhares de turistas já estiveram no Shuilu. Mas é uma senhora alemã de meia idade a campeã das visitas. Ela se chama Catharina Blansdorf e seu nome chinês é Bai Lan. Catharina não é budista, mas especialista em recuperação e preservação de relíquias culturais da Universidade Industrial de Munique, Alemanha. Foi como pesquisadora que ela visitou o Templo Shuilu todos os anos da última década, ficando no local por três semanas.
Na hall de entrada do templo, vimos que Blansdorf está trabalhando com seus colegas chineses. O guia do templo nos explica a história do Shuilu:
"O Templo Shuilu foi construído no século VI, na Dinastia Sui, e recuperado durante as Dinastias Tang e Ming. Hoje, o templo de 1.400 anos conta com mais de 3.700 estátuas de argila, o maior conjunto do país."
Como todos sabem, o barro é apenas uma tipo de material de construção, não sendo comummente usado na criação artística. Embora existam várias relíquias culturais de argila, a China possui pouca experiência na recuperação de relíquias feitas de tal material.
No início do século XX, o Templo Shuilu passou por três reformas de grande escala, mas, por causa de infiltrações causadas pela chuva, o prédio ainda apresenta graves problemas. Um acordo de cooperação tecnológica e educativa entre a China e a Alemanha foi estabelecido em 1988. A China queria contar com a cooperação da Alemanha na recuperação do Templo Shuilu e esperava aprender com a experiência da Alemanha na preservação de relíquias culturais.
Catharina Blansdorf, que participou da recuperação dos guerreiros de terracota da tumba de Qinshihuang, começou a recuperação do conjunto de estátuas de argila do Templo Shuilu em 2001. A Universidade de Tecnologia de Munique e o Centro de Recuperação das Relíquias Culturais de Xi'an já trabalham em conjunto há seis anos. Recentemente as duas partes decidiram prolongar o contrato de cooperação por mais três anos.