Depois de alguns anos, Li e seus colegas obtiveram muito sucesso no trabalho. Em 1980, a colheita já ultrapassava os 9,75 mil quilos por hectare. Entretanto, embora ele continuasse se esforçando para aumentar a produção, o crescimento dos volumes de produção estaquearam. Eventualmente, ele descobriu que todos os limbos das plantas de milho são horizontais. Por isso, cada planta ocupava um espaço muito grande, fazendo com que a densidade da plantação não pudesse ser alta. Assim, ele desenvolveu um tipo de semente de milho com folhas que ficariam quase verticais, permitindo a alocação de mais plantas na mesma área da terra. Com a nova semente, ele estabeleceu o novo recorde chinês na colheita do grão - 11 mil quilos por hectare.
E Li não parou por aí. Em 1980, ele começou a introduzir a hibridação de sementes, e a produção de milho continuou crescendo. Em 1989, a semente desenvolvida por ele, Yedan – 13, criou um novo recorde mundial das safras de verão, que é 16,4 mil quilos por hectare. Em 2005, com 21,043 mil quilos por hectare, Li bateu seu próprio recorde mundial.
Para realizar o seu sonho, Li suporta muita solidão. Desde 1978 ele não passa nenhum Ano Novo em casa, que é o feirado mais importante para a sociedade chinesa. O Ano Novo chinês, baseado no calendário lunar, normalmente cai em janeiro ou fevereiro, quando a plantação de milho entra na fase de polinização, que é crucial para todo o processo. Ele apostou sua juventude na carreira agrícola:
"Às vezes, quando viajamos de ônibus, podemos ver que as plantações de milho contornando a estrada utilizam a nossa semente. Fico muito orgulhoso, porque o nosso trabalho contribuiu para o país aumentar sua produção de cereais e ajudou os camponeses a ganhar mais dinheiro. No Ano Novo, as pessoas costumam lançar fogos de artifício. Nós, ao contrário, estamos polinizando as plantas, sempre, em todos os anos. Ainda assim, sentimos que o nosso trabalho é honroso e significativo."
O trabalho de um cientista agrícola pode ser muitas vezes mais penoso do que os dos outros ramos da pesquisa científica. Durante décadas, Li trabalhou na terra, e as más condições deixaram-lhe adoecer em decorrência de várias doenças. Segundo ele, a pesquisa de criação de boas espécies de semente é até mais difícil do que as competições nos Jogos Olímpicos:
"Para mim, a pesquisa de alto rendimento de milho é o jogo olímpico do campo. O nosso trabalho não vai nos dar medalhas, mas o nível de dificuldade é o mesmo. Os jogos esportivos são realizados em estádios sob condições controladas; a plantação de milho, contudo, pode ser impactada por diversos desastres naturais, e nós não podemos evitar!"
De acordo com os cálculos, o país conta com 67 milhões de hectares de campos plantados com milho desenvolvido por Li. Antigamente, um hectare de milho podia alimentar 15 pessoas. Hoje, os números já chegaram a 67.
Em geral, desenvolver um novo tipo de semente exige de sete a oito anos de estudos e testes. Para economizar tempo e elevar a eficiência dos projetos, Li reduziu o período para algo entre dois e três anos. No final deste ano, ele irá comemorar o seu aniversário de 60 anos. Li disse:
"Na primeira parte da minha vida, contribuí para o aumento da produção de cereais no país para 100 bilhões de quilos. Hoje tenho 60 anos, mas vou continuar trabalhando na pesquisa de alto rendimento de produção de milho e na divulgação de novas sementes. Meu planejamento é de que, em 10 ou 15 anos, terei desenvolvido novas sementes híbridas e ultrapassado os 100 bilhões de quilos de cereais colhidos no país. Por um lado, a China vai ter mais segurança de alimento e, por outro, os camponeses poderão aumentar sua renda."