Caro ouvinte, você está escutando o canto Haicai, um tipo de canção folclórica da etnia Yi, uma das minorias étnicas da Província de Yunnan, sul da China. O canto representa o trabalho e a vida quotidiana das pessoas da comunidade Yi e tem origem nas canções de amor que os jovens cantam quando nas montanhas e no campo.

Situada no sudeste da China, a Província de Yunnan tem o poético codinome "o lugar ao sul das nuvens coloridas". Desde a antiguidade até hoje, diversas minorias étnicas viveram nesta região, com suas próprias culturas e costumes passados de geração para geração. Até agora, as pessoas ainda podem apreciar os encantos especiais da rica cultura de Yunnan.

Há mais de dois mil anos, durante as dinastias Qin e Han, na região Dianchi da Província de Yunnan, vivia uma grande tribo que chamada "Dian". A indústria artesanal era próspera, sobretudo a fundição de bronze. Nas escavações arqueológicas realizadas na segunda metade do século 20, foram descobertos diversos aparelhos de bronze. A técnica avançada de fundição e as imagens encravadas mostram a vida social colorida dos habitantes da região Dianchi e os grandes êxitos artísticos que eles alcançaram. No Museu da Província de Yunnan, duas peças, consideradas tesouros nacionais, atraem muitos visitantes: a tábua de vaca e tigre e o aparelho de bronze. Guo Jia, autoridade do Museu, nos explicou:

"A criação artística dessa obra é muito engenhosa. Tem uma vaca e, abaixo dela, há um bezerro, e atrás, um tigre. A vaca protege o bezerro com seu próprio corpo quando se sente ameaçada, o que representa o amor materno."

A coragem da vaca, a inocência do bezerro e a crueldade do tigre formam o estilo trágico da obra e demonstram o sentido estético único dos habitantes locais.

Com o decorrer do tempo, hoje Yunnan já abriga 55 minorias étnicas. A cultura multi-étnica, profunda e colorida de Yunnan é refletida em diversos aspectos, inclusive nos trajes tradicionais. Por exemplo, o traje da etnia De'ang, uma das mais antigas de Yunnan, tem suas próprias características. No Museu de Trajes Étnicos, vimos uma peça do vestuário feminino da etnia De'ang, com um cinto feito por verga e linha de prata. Zhang Zhiwen disse:

"Existe uma lenda sobre esse tipo de cinto. Os antepassados da etnia De'ang vêm de um porongo. Depois de sair da cabaça, as mulheres estão voando no ar e os homens precisam pensar uma maneira de as prender à terra. Então, eles fazem cintos para prender as mulheres. Agora, o cinto é símbolo de amor. Se um garoto se apaixona por uma garota, ele oferece à amada um cinto. A garota com mais cintos é aquela que tem mais admiradores."

Além desses patrimônios materiais que guardam a história das minorias étnicas, muitos patrimônios culturais intangíveis também foram preservados até hoje em formas vivas. Por exemplo, diversas minorias étnicas têm seus próprios esportes. Na aldeia de etnias de Yunnan, no subúrbio de Kunming, capital da província, encontramo-nos com um jovem da etnia Lisu, Wang Shunfeng, que está apresentando a técnica "andar nos gumes", particular de sua etnia, aos turistas.

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