A arquitetura representa a alma de uma cidade. O Palácio Imperial e a Grande Muralha são símbolos de Beijing, enquanto os Guerreiros de Terracota representam a cidade de Xi'an. Para os moradores de Kunming, os dois monumentos comemorativos chamados Cavalo Dourado e Galo Verde são os cartões-postais da cidade.

A história de Kunming, capital da Província de Yun'nan, sudoeste da China, remonta há 30 mil anos, durante o Período paleolítico, razão pelo qual são deixados vários patrimônios culturais e humanos. Situados no eixo da cidade, os arcos são dotados de características folclóricas com telhados esmeradamente esculpidos e pintados.

Diz a lenda que à beira do Lago Dian havia um cavalo dourado que podia percorrer 500 li por dia (medida de comprimento equivalente a 0,576 m). Quando o animal surgia na montanha Leste, brilhava e agitava todas as plantas. Por isso, os habitantes locais o chamavam de cavalo mágico. Na montanha Oeste, existia uma fênix com penas verdes. Sua voz era linda e encantada. Ela voava como se fosse uma águia. Como os moradores locais nunca haviam visto uma fênix, a consideravam como um galo verde. Em homenagem aos dois animais, as pessoas construíram dois templos no sopé das montanhas respectivas onde apareceram o cavalo e fênix. Mais tarde, foram instalados na cidade de Kunming dois arcos comemorativos com o mesmo nome para este fim.

Edificados na dinastia Ming há 400 anos, os dois arcos podem apresentar uma paisagem mágica em um momento determinado. Ding Xueren, pesquisador do Museu Municipal de Kunming, explicou o fenômeno:

"Ao pôr do sol, o brilho dos raios solares se refletem no arco Galo Verde, cuja sombra vem inclinando para o leste e quando sobe a Lua ao leste, sua luz foi espelhada no arco Cavalo Dourado cuja sombra se inclina para o oeste. Na hora do sol e a lua ficarem superpostos no horizonte, as sombras dos dois arcos se sobrepuseram, formando a paisagem singular de Kunming".

A cada intervalo de 60 anos, a Terra, a Lua e o Sol se alinham. De acordo com Ding, a concepção dos arcos concentrava a sabedoria das minorias étnicas da região em torno da matemática, astronomia e a arquitetura. Ding, idosos teve, portanto, a sorte de conferir a maravilha na Festa de Outono de 1940, recordando:

"Naquele tempo, era apenas um aluno da escola primária. Ao saber da notícia de que ia aparecer esta paisagem à noite, fiquei muito emocionado e fui. Havia montes de pessoas no local. Quando pretendia localizar o ponto de encontro, se deu a cena. Foi num instante".

Os arcos foram destruídos três vezes. A pedido dos moradores, o governo municipal de Kunming restaurou os dois monumentos. Ao mesmo tempo, construiu uma praça ao seu redor. Em 1999, os arcos foram abertos à visitação pública. Sua reputação atraiu inúmeros turistas. Li Yiqiu, visitante da Província de Shandong, contou:

"Achei realmente os monumentos imponentes e maravilhosos. Ele me dá uma sensação indescritível".

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