"Estamos aqui justamente para promover os melhores produtos portugueses, em particular os nossos vinhos. São vinhos que podem competir com qualquer vinho ao nível mundial, em particular, o vinho da Borba, que foi uma das primeiras empresas a se estabelecer aqui na China. E o que nós gostaríamos era que a população chinesa apreciasse mais os nossos vinhos, e tenho a certeza que a medida que forem provados nossos vinhos, não deixarão de ser nossos clientes", afirmou o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, diante da mesa da Adega Cooperativa Borba, quando compareceu à Prova Anual 2007 de Vinhos de Portugal, realizada no dia primeiro deste mês no Hotel de J.C.Madarim, Shanghai.
Fundada em 1955, a Adega Cooperativa de Borba é composta por uma série de adegas de Alentejo, no centro-sul de Portugal. Há cerca de três anos, a empresa portuguesa estabeleceu laços comerciais com Tida, companhia chinesa de Zhejiang, sudeste da China, para que esta realizasse a distribuição no mercado chinês de seus vinhos. Através desta cooperação, foram vendidas em 2006 na China 150 mil garrafas de vinho da Borba.
Apesar da pequena fatia ocupada atualmente pelos vinhos da empresa portuguesa no mercado chinês, as duas partes estão estreitando as cooperações. O gerente executivo da Adega Cooperativa de Borba, Francisco Henrique, afirmou na prova anual:
"Hoje formalizamos o protocolo de cooperação com a parte chinesa, validando por escrito. Fizemos isso com a presença do primeiro-ministro de Portugal, o que para nós é uma grande honra, mas também um desafio e uma responsabilidade de continuar a trabalhar com profissionalismo e rigor aqui neste mercado muito exigente. Estamos a trabalhar ativamente para continuarmos a propor crescentemente neste mercado porque há muita procura e uma gama muito vasta."
Não foi o único acordo realizado no setor de vinhos, celebrado durante a visita oficial do primeiro-ministro de Portugal à China, entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro.
No dia 31 de janeiro, foram assinados em Beijing a primeira escala da visita do premiê português e dois acordos que envolvem o setor de vinhos.
Entre eles, foi assinado um contrato entre a Vinocor, a Yantai Kylin Packing Co. Ltd. e a Guozheng Investimentos Financeiros. Segundo o administrador da produtora de cortiça Vinocor, Manuel de Sá Basto, a empresa é a primeira a entrar no mercado chinês. Com investimento direto em parceria com a Changyu, fabricante de vinho mais conhecida na China, a Vinocor abriu a Yantai Kylin Packing Co. Ltd, que é especializada na fabricação de rolhas de cortiça, além de mercadorias de alumínio e rolhas de plástico. O investimento direto foi iniciado em 2001, e a empresa de joint venture vem obtendo um crescimento anual de 35%. Quanto ao novo acordo, o presidente revelou:
"O acordo que assinamos envolve o aumento da capacidade de produção. Das atuais 120 milhões de unidades que neste momento produzimos para, até ao ano de 2010, uma produção de 450 milhões. O acordo prevê a construção de uma nova fábrica com maior dimensão a fim de ter capacidade de dar a resposta ao crescimento do mercado."
O outro acordo foi celebrado entre a Caves Arcos dos Reis e a Yantai Kaisite Chateau.
Segundo Li Shangbo, funcionário da Yantai Kaisite Chateau, a parceria com a Caves Arcos dos Reis, que a empresa chinesa detêm 51%, permite à fabricante chinesa "aprender técnicas de cultivo e processos de produção e distribuição".
É óbvia a intenção das empresas portuguesas de explorar o mercado chinês.