É compreensível que as pessoas prestem muita atenção à identidade tibetana de Alai, pensando como ele pode escrever em chinês tão bem. Alai disse que ele vem tentando dissipar o mistério em torno da cultura tibetana, acreditando que os conceitos comuns e os valores universais existem no mundo da literatura.
Alai chama de "um conceito de humanidade", ou as emoções compartilhadas por todos os seres humanos, como o amor, ódio e outras necessidades "espirituais" para além da vida diária.
"As emoções básicas da humanidade e seus problemas são todos iguais. Não são diferentes para um presidente ou um mendigo, um branco ou um preto. Se enfatizamos muito sobre as diferenças, como podemos entender a literatura americana? Como podemos admirar as canções de Michael Jackson? "
Guiados por esses princípios, Alai começou sua própria escrita para ajudar as pessoas a ter uma melhor compreensão do Tibete.
Alai levou oito meses para terminar o romance "As papoilas vermelhas". A partir da perspectiva de um filho idiota da família de um chefe, As Papoilas Vermelhas, descreve a história do fim do sistema carrasco e misterioso tibetano.
Desde o primeiro momento em que foi publicado em 1998, até hoje, o livro "As Papoilas vermelhas" já foi traduzido para 16 idiomas.
Em 2005, Alai publicou "The Hill Empty" (O monte vazio) após uma década de silêncio. "The Hill Empty" fala sobre a vida dos últimos caçadores tibetanos e retrata as mudanças que ocorreram no Tibete nas últimas décadas.
Cinco anos depois, seu romance "Rei Gesar" foi publicado em chinês e inglês. Este foi criado baseando-se na epopeia tibetana, "O Rei do Gesar", a contrapartida tibetana para poema épico de Homero, em que ele apresenta uma interpretação mítica da história e da cultura tibetana.
Alai diz que nunca deixa de introduzir suas obras para os leitores de outros países.
"Eu tenho muitas chances de encontrar leitores em livrarias, bibliotecas, salões, e de interagir com eles.
Eles reafirmam a minha compreensão da literatura. Falamos sobre a literatura, não importa de onde eles são. Estou muito feliz que possamos encontrar uma terra com valores em comum através da literatura".
Alai diz que vai continuar sua busca por retratar a vida e a cultura do Tibete, partindo do princípio de que a literatura preenche as lacunas intra e entre as pessoas no mundo inteiro e ajuda-as a entenderem melhor a alteridade.