Chainho tem dedicado por toda a sua vida para contribuir ao desenvolvimento e à exploração da guitarra portuguesa. Seu maior orgulho é a fundação da primeira escola especializada no ensino da interpretação da guitarra portuguesa em sua terra natal, preparando jovens intérpretes e divulgando esse instrumento antigo. Ele ainda cooperou com artistas de diferentes países e estilos para promover o instrumento. De acordo com o mestre, essa colaboração com músicos chineses será outro marco importante em sua carreira artística e uma nova tentativa de combinar as músicas folclóricas dos dois países.
"A China possui vários tipos de canções folclóricas, pois é um país muito grande. Gostei muito desta música chinesa que tive a oportunidade de conhecer. Porém, existe uma grande diferença entre a música folclórica chinesa e a portuguesa e houveram algumas dificuldades na cooperação. Desse modo, temos muito a fazer para combinar a música portuguesa à chinesa. A guitarra portuguesa e os instrumentos chineses são completamente diferentes, por isso, às vezes, não é fácil tocar certos temas."
A música é uma língua sem fronteiras. A cantora chinesa Gong Linna, que apresentou junto com António Chainho, afirmou que este concerto é como um casamento no qual se combinaram as características musicais dos dois países e se realizou intercâmbios entre canções folclóricas. Chainho acha que os sentimentos que a música expressa são comuns, por isso, todos os ouvintes, seja qual for sua nacionalidade, podem sentir o gosto da música.
"Quanto à expressão de sentimentos, tem uma palavra em português – 'saudade'. O concerto de ontem também mostrou esse sentimento. Gong chorou quando cantava pois se comoveu com a música. O fado também traz esses sentimentos. Logo, a música é uma língua universal."