Ainda que não seja parte do costume nacional, diversos habitantes de Beijing se incorporaram à vida social do café e tomaram gosto pela amarga bebida. E a popularização do café só aumentou desde que companhias estrangeiras entraram na cidade, há quase uma década. Diferentemente do que se passa em outras nações, o hábito do café na capital chinesa ultrapassa a questão da sede: muitas pessoas passam tempo em cafeterias não para tomar a bebida, mas para gozar da atmosfera criada pelo café.
Ren Yue, 31 anos, é membro da chamada "geração de café" da China. Consultora de banco bem sucedida, Ren Yue faz do café parte indispensável de sua vida há seis anos. Um médico inclusive recomendou que ela ingerisse a bebida para ajudar na digestão.
Yue é grande fã de café, mas não faz parte de uma maioria. Ainda que muitos de seus amigos não dividam o gosto pela bebida, nada os impede de assimilar a cultura emergente da cafeína em Beijing e tomar parte no costume.
Há dez anos, a empresa Starbucks veio dos EUA abrir sua primeira loja na parte continental chinesa. A empreitada exigiu muito do simples desejo de mudar o costume e a antiga cultura de chá da China. Anos depois, Yue experimentaria sua primeira xícara de café e tomaria gosto pela bebida.
A Starbucks não é a única empresa estrangeira de café que está explorando o mercado chinês. A companhia britânica de renome mundial Costa Coffee chegou a Shanghai em 2006 e agora já possui 33 lojas no país.
O presidente da Costa Coffee, Paul Smith, disse que o modelo de administração empresarial, no entanto, teve de ser adaptado à situação especial do país asiático, pois "café na China não é a única coisa que você vende em uma cafeteria; você também negocia o espaço pessoal, os 20 minutos de 'solidão'."