"Trocamos presentes e passamos a véspera do Natal junto com as irmãs da igreja. No dia seguinte, visitamos os amigos, comemos bolos, bombons e vemos filmes sobre o Natal. As celebrações continuam até o primeiro dia do novo ano. No dia 31 de dezembro, temos uma festa que dura a noite toda para festejar a chegada do ano."
Há também chineses que não se interessem pelas festas ocidentais. Na opinião deles, muitos dos que celebram feriados religiosos estrangeiros não conhecem o seu significado cultural e só perseguem cegamente modismos. O especialista em tradições folclóricas Zhao Shu tem uma posição mais aberta: ele acredita que a popularidade de tais datas mostra a abertura da sociedade e a tolerância da cultura chinesa para com outros costumes.
"A cultura chinesa é muito tolerante e diversificada, e pode aceitar qualquer intromissão positiva e correspondente à demanda do povo. Essas festas ocidentais vão ao encontro da paixão e do sentimento dos jovens chineses e, embora eles festejem o Natal com chocolate, flores e o pinheiro, o significado essencial da data já agrega elementos nacionais, pois oferece uma oportunidade para estar com familiares e amigos. Por exemplo, muitos jovens chineses são filhos únicos. O Dia das Mães e o Dia dos Pais, celebrados no ocidente, destacam a gratidão dos filhos e permitem-nos reconhecer publicamente seu respeito e amor pelos pais."
Com a globalização econômica, os festivais folclóricos estão sendo ameaçados de extinção. Li Hanqiu, especialista em festas tradicionais chinesas, advertiu que, além de celebrar feriados estrangeiros, a sociedade mandarim não deve esquecer e abandonar as festas nacionais, pois elas têm um significado cultural profundo.
"Existem várias razões que explicam a popularidade das festas ocidentais entre jovens chineses, e precisamos reconhecer as vantagens dessas celebrações na cultura nacional. Estudar e aprender com esses elementos estimula o desenvolvimento e a prosperidades das nossas próprias festas tradicionais."