A etnia Buyi, uma das 55 minorias étnicas da China, possui cerca de 2,6 milhões de pessoas. Mais de metade desta população vive na província de Guizhou, no Sudoeste do País. A Aldeia Yueliang (Lua) é uma das aldeias dos Buyis que melhor preserva a cultura da etnia.
A aldeia da Lua se situa ao sopé de uma montanha e é rodeada de densa vegetação. Seguindo um rio com águas límpidas, nossa reportagem chegou à aldeia e, antes de nela entrar, ouviu cantos: um grupo de moças Buyis, em trajes coloridos típicos da etnia, aguardava os visitantes com taças de aguardente. Li Xing, guia local, disse que a bebida se chama "Aguardente de Boas Vindas". "Para receber os hóspedes, os Buyis costumam oferecer um copo da Aguardente de Boas Vindas para mostrar seu respeito aos visitantes. Os visitantes devem tomar dois copos de aguardente oferecidos pelos jovens e pelos idosos antes de entrar na aldeia".
Segundo Li Xiang, a bebida doce elaborada a partir do arroz não embebeda.
As casas se encontram por entre os bosques de bambus e do rio da Lua, que cruza silenciosamente a aldeia. Wang Hui, uma jovem da aldeia, disse à nossa reportagem que o nome da localidade surgiu a partir do rio. Ela também falou sobre uma lenda a respeito do nome do rio.
Dizem que nos tempos remotos, Maomei (irmã Mao) crescia junto com irmão Yueliang (Lua). O rei do Reino Yelang descobriu a beleza da irmã Mao e queria que ela se tornasse sua concubina, mas Mao se recusou, preferindo a morte. O rei do Yelang disse: "Se o seu irmão Lua fizer com que as águas do rio andem para trás, permitirei que vocês dois se casem". Para comover a divindade celestial, o irmão Lua chorava diariamente à beira do rio. Mas, quando ele estava quase comovendo a divindade, uma enchente levou-o. A irmã Mao ficou muito triste e se lançou do Despenhadeiro dos Namorados.
Desde então, o rio, diferentemente de outros rios, passou a correr de Leste para Oeste e foi batizado com o nome de Lua.
A aldeia da Lua conserva muitos folclores dos Buyis, mas é mais famosa por conservar um tambor de bronze. A chegada de nossa reportagem à aldeia coincidiu com um festival tradicional dos Buyis, Festival de Canto e tivemos a sorte de ver o tambor, um objeto sagrado dos Buyis.