O Altar do Terraço é um ambiente solene e tranqüilo. Quando se realizavam as cerimônias religiosas, os imperadores subiam ao terraço em meio às melodias entoadas pela corte e por entre nuvens de incenso e lanternas vermelhas. Um ambiente misterioso reinava no local.
Ao norte do Altar do Terraço, encontra-se o Palácio Huang Qiongyu. Ali estão colocadas as placas com os nomes de todos os imperadores. Um muro por volta do Palácio Huangqiongyu - conhecido como a parede do eco - por onde duas pessoas podem conversar bem distantes e com voz baixa, chama a atenção de todos. O pavimento do chão do Palácio é feito de 360 pedras em forma de leque, irradiando nove círculos a partir do ponto central.
Saindo do Palácio Huangqiongyu, um pavimento de tijolos com 360 metros de extensão e 29,4 metros de largura coberto de tijolos interliga o Altar do Terraço e o Altar para Rogar por Boas Colheitas. O pavimento se eleva gradualmente no sentido sul ? norte, simbolizando que aqueles que queiram subir ao céu têm que passar por um longo caminho. O pavimento é divido em três pistas: a central é dedicada aos deuses; as duas pistas ao lado se destinavam, respectivamente, aos imperadores e seus ministros.
O Altar para Rogar por Boas Colheitas, no extremo norte, era local onde o imperador orava por boas colheitas. O Templo do Céu, a maior construção do conjunto, com três níveis de balaustradas de mármore e com 38 metros de altura, com o telhado redondo e esmaltado, se destaca por sua bela e complexa arquitetura, sendo uma obra prima em madeira da China.
Além disso, no Parque do Templo do Céu ainda possui outras construções secundárias como a residência do imperador - onde ele hospedava antes de realizar a cerimônia -, os criadouros e os locais para o sacrifício de animais que serviam como oferendas, bem como a concentração de músicos e dançarinas.
Venerar o Céu e rogar pelas boas colheitas eram os objetivos do Templo do Céu. Como os antepassados consideravam o céu redondo e a terra quadrangular, as construções do Templo do Céu seguiram tais estilos, quer dizer, ou redondas ou quadrangulares. Primeiro, na planta do parque do Templo do Céu, o norte possui forma arqueada e o sul é todo em linhas retas; segundo, as três principais edificações - o Altar do Terraço, o Altar para Rogar por Boas Colheitas e o Templo do Céu - são de formas redondas, porém, os muros são em forma quadrangular.
Os números são muito simbolicamente usados no Templo do Céu. Por exemplo, o número 9 é o maior número impar, por isso, o pavimento do Altar do Terraço é feito com pedras dispostas círculos. O primeiro círculo possui nove pedras, o segundo, 18. E assim é, sucessivamente, até o nono círculo, com 81 pedras. Suas escadas também possuem 9 graus, respectivamente. No Pavilhão do Templo do Céu, os números são mais ligados ao calendário agrícola: por exemplo, 28 pilares divididos em três círculos. O primeiro círculo exterior possui 12 pilares, significando as 12 horas em que se dividem tradicionalmente o dia, com os nomes das 12 Ramas Terrestres; o segundo círculo também possui 12 pilares, simbolizando os 12 meses do ano, enquanto juntando os 24 pilares, dos dois círculos, significam os 24 períodos climáticos do ano. Os 4 pilares, com imagens de dragões dourados, do círculo interior ou central, significam as 4 estações do ano.
Das cores empregadas nas edificações, a amarela significa a terra, o azul significa o céu, por isso, a maioria das edificações do Templo do Céu são azuis. O Templo do Céu e o Templo Huangqiongyu, com o telhado de tijolos esmaltados em azul, até as paredes e edifícios secundários também são azul. No parque do Templo do Céu, existem mais de 60 mil pinheiros, dos quais, mais de 4 mil possuem mais de um século de existência. Com as frondosas árvores e pinheiros, com edificações em azul e as balaustradas em mármore branco, o céu azul, o Templo do Céu oferecia uma atmosfera mais solene, serena e sagrada para cerimônias da corte.
Em 1998, o Templo do Céu foi incluído na lista dos patrimônios mundiais. A avaliação da UNESCO é a seguinte: primeiro, a arquitetura do Templo do Céu é uma obra prima da história arquitetônica da China; segundo, há muitos séculos, a distribuição e a planta simbólica do Templo do Céu vem exercendo grandes influências na construção e projetos arquitetônicos do Extremo Oriente; terceiro, nos últimos dois mil anos, a China permaneceu sob um domínio feudal, por isso, o estilo arquitetônico do Templo do Céu é um símbolo pleno da legitimidade da corte imperial.