Um vila feita de pessoas
Durante a dinastia Song (período que vai de 960 a 1279), o jovem militar Yang Yanzhao chegou ao vilarejo de Guajiayu em busca de sossêgo. Aproximou-se de uma árvore, tirou seu uniforme e colocou-o sobre os galhos. Um camponês local se aproximou, e Yang perguntou pelo nome do vilarejo. "Nome?Somos apenas duas famílias, senhor". Yang olhou para suas roupas, penduradas na árvore, e batizou o local como "Guajiayu" (pendurar roupa).
Xiao Long não é um rapaz do exército, mas também viu o surgimento de Guajiayu – ou pelo menos da nova vila. Há dois anos, o estudante e recém-casado Xiao, de 20 anos, saiu do pico da montanha para uma das novas casas da vila. Na parede da entrada, a foto da festa de casamento marca o novo começo na vida do jovem. "Minha casa antiga ficava na montanha. Muito longe de tudo. Aqui é bem melhor, e eu posso até estudar", conta.
Guajiayu ainda está fora dos grandes mapas turísticos do país. Mas por pouco tempo. Como berço de um novo modelo de povoado, Guajiayu está se tornando o projeto-exemplo de uma China mais verde. O feito lhe garantiu, em 2007, o título de "o mais belo vilarejo do município de Beijing"..
Zhang explica que o desenvolvimento da região e a passagem de um povoado pobre a próspero se deu através do plano de desenvolvimento estabelecido pelo governo. "A gente entende que a riqueza só se dá através do desenvolvimento sustentável, da construção de estradas que facilitem a exportação dos produtos e um plano de investimento conjunto."
Assim, em 1997 Guajiayu tornou-se o berço ecológico de Beijing e, em 2001, um plano de investimento conjunto entre governo e empresas possibilitou as reformas de infraestrutura que dão origem ao novo modelo de vila proposto. Os camponeses aplicaram 50 mil yuans (cerca de R$ 16 mil) nas novas residências, e os restantes 110 mil yuans que custaram a construção foram financiados por bancos, que serão pagos quando o turismo a Guajiayu emplacar. "O desenvovlimento depende totalmente da vila. Podemos fazer dinheiro das montanhas, e o turismo é o nosso maior compromisso", reitera o líder Zhang.
Cem projetos para turismo, cem histórias dos turistas
Como o centro ecológico do norte, espera-se que Guajiayu entre na lista dos destinos preferidos dos visitantes em pouco tempo. "Aqui há ar fresco todos os dias, o dia todo. O que é bom para o corpo e para o espírito", aponta Zhang. E não é preciso contar só com a pureza do ar e o azul do céu: diz-se em Guajiayu que, quem pisa na montanha local, que tem 1,8 bilhão de anos, poderá viver até os 99 anos.
É impossível de se ignorar o tapete verde que cobre as montanhas, em contraste com o azul muito vibrante do céu. No vale, as plantações de pêssego também chamam a atenção. Para quem se hospeda na vila, fica fácil subir as montanhas em diferentes direções e ver os templos, as casas antigas e, ao sul, o vulcão que está sendo recuperado. Para aqueles cuja estada é mais curta, o passeio ao restaurante giratório, no alto de uma montanha central, pode também garantir uma bela vista de Guajiayu a um esforço quase mínimo. E, para quem se aventurar a entrar mesmo no espírito dos habitantes da vila, a ida ao Jardim dos pessegueiros talvez até dê a oportunidade de ajudar os locais na colheita da fruta.
Para quem está em Beijing, há um ônibus que leva até Guajiayu. Ainda é possível entrar em contato com os responsáveis pela vila, que podem organizar um ônibus para buscar os visitantes. A entrada do novo interior socialista custa 20 yuans, que é remetido às obras de recuperação e desenvolvimento do local.