Martin Jacques, autor do best seller "Quando a China governa o mundo", disse que a ascensão da China ao se transformar em uma potência global poderá não seguir os caminhos antigos e disputados dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.
Em uma entrevista durante o 5º Fórum Mundial sobre Estudos Chineses que terminou no domingo, Jacques afirmou que, no momento em que o mundo inquire o caminho da China em direção à potência global, ele acredita que o estilo de desenvolvimento do país asiático irá diferenciá-lo da Grã-Bretanha e dos EUA.
"Historicamente, a expansão e a influência da Grã-Bretanha e dos EUA foram basicamente militar e política; no caso da China, serão econômica e cultural", ressaltou Jacques, que também é colunista e pesquisador visitante da Escola de Economia e Ciência Política de Londres.
Jacques espera que a China não adote a mesma mentalidade global das antigas e atuais superpotências, mostrando grande superioridade e racismo no caso do Reino Unido no seu pico imperial e industrial, e senso de direito de posse no caso dos americanos em sua participação das instituições globais.
A China, entretanto, deve estar alerta por sua superioridade histórica. "O povo chinês tem um forte senso de sua origem, e muitos chineses acreditam que sua civilização, na sua longa história, é a mais importante", revelou.
"Uma mentalidade global significa manter relações com reciprocidade, respeito, empatia, afinidade e sensibilidade, e acreditar que há tanto para aprender quanto ensinar", explicou.
Jacques também pediu que o povo chinês atualize sua visão mundial, que frequentemente confunde o envolvimento com o mundo com o envolvimento com o Ocidente, especialmente no momento em que a China torna-se cada vez mais envolvida com o mundo em desenvolvimento.
"São pessoas e raças diferentes ao redor do mundo, tanto 'negros' quanto 'brancos'. Acho que, às vezes, o povo chinês não percebe isso muito bem, mas é muito importante", finalizou. Fim
por Xinhua