O representante permanente chinês na ONU, Li Baodong, afirmou nessa quinta-feira (19) que há defeitos visíveis no projeto de resolução para a questão síria apresentado pelo Reino Unido e EUA. Segundo ele, o anteprojeto tem conteúdos desequilibrados e a finalidade de exercer pressões unilaterais. O projeto contraria os objetivos das mediações feitas pelo enviado especial conjunto da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, e do Comunicado de Genebra. O documento vai prejudicar gravemente a confiança mútua e a cooperação da comunidade internacional na questão síria.
Em votação realizada ontem (19), o Conselho da Segurança da ONU não aprovou o projeto de resolução sobre a questão síria, com veto da Rússia e da China, e com abstenção do Paquistão e da África do Sul.
Em discurso para esclarecimento, Li Baodong assinalou que a tarefa primordial da comunidade internacional consiste em apoiar e cooperar com as mediações do enviado especial e apoiar a aplicação do Comunicado de Genebra, as resoluções da ONU e a proposta de seis pontos de Annan. As partes envolvidas da Síria têm de pôr fim imediato à violência, a fim de criar condições para se iniciar um diálogo político.
Li Baodong enfatizou que o projeto tem defeitos visíveis. Os fatos demonstram que as maneiras propostas não beneficiam a solução da questão síria, além de conduzir a crise para longe de uma solução política. Assim, as agitações poderiam se expandir a outros países e destruir a paz e a estabilidade regional, prejudicando os interesses dos sírios e do povo regional.
Segundo ele, a China considera que o futuro sírio tem de ser decidido pelo próprio povo sírio. E a questão da Síria tem que ser resolvida por vias políticas, ao invés de meios militares.
Tradução: Catarina Wu
Revisão: Luiz Tasso Neto