O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, viajou no último domingo (5) de Washington para Tegucigalpa, capital de Honduras, mas o avião que o conduzia foi impedido pelo governo interino de pousar no aeroporto do país. O gesto deu margem a conflitos entre militares e dezenas de milhares de apoiadores de Zelaya que o esperaram nos arredores do aeroporto. Uma pessoa morreu no confronto.
Estavam com Zelaya no avião o presidente da Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas, Miguel d'Escoto Brockmann, sua chanceler deposta, Patrícia Rodas, e o embaixador hondurenho na Organização dos Estados Americanos (OAS), Carlos Sosa. Além de ordenar que obstáculos fossem colocados na pista do aeroporto central, o governo interino anunciou, no mesmo dia, medidas restritivas aos aeroportos de todo o país. O avião que conduzia Manuel Zelaya foi obrigado a pousar em Managua, da Nicarágua.
Além do homem morto por tiro na cabeça, durante o confronto entre os apoiadores de Zelaya e os militares posicionados no aeroporto, vários manifestantes ficaram feridos.
Segundo afirmou ontem o presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, o governo da Nicarágua estaria enviando tropas para a fronteira entre os dois países. Ele alertou para que a tropa nicaraguense tenha cautela. O presidente nicaraguense, Daniel Ortega, negou a afirmação feita por Micheletti.
No mesmo dia, a vice-chanceler do governo interino de Honduras, Marta Lorena Casco, declarou a intenção do país em reabrir as negociações entre seu governo e a OAS para resolver a atual crise política. Segundo ela, o governo interino enviará uma delegação de negociação de alto nível para tentar acabar com a crise o mais rápido possível e evitar o agravamento dos conflitos.