Ao receber o presidente chinês, Xi Jinping, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu uma cerimônia de boas-vindas com a mais alta cortesia. A canção chinesa “Minha Pátria”, interpretada por uma artista brasileira, expressou a profunda amizade entre a China e o Brasil, que atravessa montanhas e oceanos. Durante o encontro no último dia 20, os dois chefes de Estado chegaram ao consenso estratégico sobre o futuro desenvolvimento das relações bilaterais, incluindo a decisão de elevá-las a uma Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável, e de estabelecer sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil.
Este reforço das relações pode ser considerado um novo marco nos laços sino-brasileiros. Isso mostra que os dois lados são altamente consistentes na sua visão para o desenvolvimento futuro, refletindo a sensação de responsabilidade pelo futuro da humanidade e os caráteres global, estratégico e de longo prazo das relações sino-brasileiras. Segundo o diretor executivo do Centro de Pesquisa do Brasil do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Zhou Zhiwei, as relações China-Brasil possuem vários aspetos pioneiros e inovadores. Por exemplo, o Brasil é o primeiro país a estabelecer a parceria estratégica com a China, e também o primeiro entre os países da América Latina a estabelecer a parceria estratégica abrangente com o país asiático. A elevação do relacionamento esta vez reflete mais uma vez esta característica, possuindo o grande significado para a modernização dos dois países, para a unidade e o autofortalecimento do Sul Global e para o desenvolvimento pacífico do mundo.
Sob o atual panorama internacional de crescentes mudanças e desafios, como a China e o Brasil, duas forças importantes do mundo, podem dar início aos próximos “50 anos dourados”?
O desenvolvimento é a chave para resolver todos os problemas. Nos últimos anos, desde a eletricidade verde, que ilumina milhares de lares do Brasil, à aplicação de novos conceitos e tecnologias na agricultura brasileira, e à cooperação nas áreas emergentes, a China e o Brasil vêm sempre reforçando a sinergia entre as estratégias de desenvolvimento, trazendo enormes benefícios econômicos e sociais. A China propôs aprofundar a cooperação em áreas-chave, como a economia e o comércio, a infraestrutura, as finanças, a ciência e a tecnologia e a proteção ambiental, além de reforçar a cooperação nos aspectos aeroespacial, da ciência e tecnologia agrícola, e da energia limpa. O governo brasileiro pontuou elogiosamente que “a China é o parceiro estratégico mais importante do Brasil” e acolhe mais empresas chinesas a investirem no mercado brasileiro.
Um dos resultados importantes desta visita é a assinatura dos programas de cooperação que conectam a Iniciativa Cinturão e Rota chinesa com o "Plano de Aceleração do Crescimento", "Plano da Nova Indústria Brasileira", "Plano de Transformação Ecológica" e "Rota de Integração Sul-Americana". Os analistas acreditam que isto promoverá efetivamente a cooperação entre os dois países, e aumentará o nível de cooperação entre a China e a América Latina.
O relacionamento entre a China e o Brasil ultrapassa o âmbito bilateral e desempenha um papel positivo na melhoria da governança global. Durante a visita de Xi Jinping ao país latino-americano, ambos anunciaram a continuação de seu trabalho estreito no âmbito dos mecanismos multilaterais, tais como as Nações Unidas, o G20 e os BRICS, a fim de enfrentar conjuntamente os desafios de fome e pobreza, conflitos regionais, mudanças climáticas e segurança cibernética. A China encoraja o Brasil a desempenhar um papel mais importante no cenário internacional, apoia o mandato brasileiro na Presidência dos BRICS no próximo ano, bem como a organização da 30ªConferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Passados 50 anos, as relações China-Brasil estão atravessando o melhor período da história. A partir desse novo ponto de partida, os dois países – parceiros dos hemisférios Oriental e Ocidental – partilharão um futuro comum, contribuirão para as concretizações um do outro, e construirão de mãos dadas um mundo ainda melhor.