Dias atrás, os Estados Unidos e o Japão realizaram a reunião de ministros das Relações Exteriores e da Defesa e a reunião sobre a dissuasão estendida em Tóquio, capital japonesa.
Muitos japoneses protestaram que o governo está brincando com fogo e avançando em direção à guerra.
Vale lembrar que a dissuasão estendida é um produto da Guerra Fria e refere-se ao compromisso dos Estados Unidos de usar a força militar, incluindo armas nucleares, para proteger aliados. Desde 2010, o Japão e os EUA vêm realizando negociações sobre o assunto e estabeleceram neste ano um mecanismo de nível ministerial. A conduta japonesa violou os deveres definidos pelo Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, intensificou o perigo de conflitos nucleares e agravou a tensão regional.
Ironicamente, o Japão sempre se considerou uma vítima de explosões atômicas e defendeu o estabelecimento de um mundo livre de armas nucleares, mas na verdade reforça continuamente sua dependência nuclear aos EUA. No entanto, para Washington, a dissuasão estendida é uma estratégia para defender sua hegemonia militar no mundo e ampliar suas forças para confrontar outros países. Por isso, o Japão tem agora um maior risco de se envolver numa guerra nuclear, ou seja, o guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos traz perigo em vez de segurança para o país asiático.
Alguns políticos no Japão, que sofreram lavagem cerebral pelo militarismo, não conseguem ouvir a voz da razão. No mais recente encontro bilateral dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa, os dois países concordaram em fortalecer a aliança militar, incluindo a reorganização das forças armadas dos EUA no Japão e a criação de um novo Comando de Forças Integradas. Além disso, as Forças de Autodefesa do Japão vão estabelecer um Comando de Operações Unidas antes da primavera de 2025 para ser responsável pela operação integrada das forças terrestre, marinha e aérea.
O pior é que a aliança EUA-Japão ainda difama a China por acelerar a ampliação de seu arsenal nuclear. Porém, todo o mundo sabe que a China aplica uma estratégia nuclear defensiva, ou seja, o país promete que não vai usar primeiramente armas nucleares e mantém suas forças nucleares no mínimo nível necessário para a segurança nacional. Além disso, a China não tem interesse de realizar uma corrida armamentista com ninguém.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Denise Melo