O representante permanente da China nas Nações Unidas, Fu Cong, disse nesta quarta-feira (17) que a implementação da “solução de dois Estados” é a única saída viável para os conflitos no Oriente Médio.
No debate aberto do Conselho de Segurança sobre a crise Israel-Palestina, o diplomata chinês apontou que a razão fundamental para isso é que a “solução de dois Estados” não foi implementada, e os direitos nacionais do povo palestino a um Estado independente não foram garantidos. “Gaza é da Palestina e dos palestinos”, afirmou. As discussões sobre a administração pós-guerra nesta região devem basear-se numa solução política, e não numa gestão fragmentada da crise. É preciso respeitar a vontade dos palestinos e levar em consideração os interesses legítimos dos envolvidos. A China apoia o estabelecimento de um Estado independente para a Palestina e o princípio de “palestinos governando a Palestina”, e propõe a convocação de uma conferência internacional de paz com maior escala, autoridade e eficácia, bem como a formulação de um cronograma concreto e um roteiro para a implementação da solução de dois Estados.
Fu Cong salientou que um cessar-fogo imediato e duradouro é um pré-requisito necessário para salvar vidas inocentes. Quando os Estados Unidos promoveram a adoção da Resolução 2735 pelo Conselho de Segurança, alegaram repetidamente que Israel havia aceitado um cessar-fogo. No entanto, mais de um mês depois, a operação militar de Israel em Gaza ainda está se expandindo, e os recentes ataques a vários campos de refugiados, como Al-Mawasi e Nuseirat, causaram baixas pesadas.
A China urge a Israel que cesse imediatamente todas as operações militares em Gaza e pare com a punição coletiva contra a população local. Os países com grande influência devem fazer esforços sinceros e responsáveis para promover a vontade política das partes envolvidas em prol da aplicação das resoluções relevantes do Conselho de Segurança.
Para o representante chinês, a ampliação do acesso humanitário é uma necessidade urgente para amenizar a situação já desastrosa na região.
A China insta Israel a cumprir suas obrigações em termos do direito internacional humanitário, suspender o bloqueio a Gaza, abrindo todas as passagens terrestres, garantindo a entrada rápida, segura e em larga escala, assim como a distribuição segura e ordenada de bens humanitários no território, além da cooperação com a ONU e outras agências.
Tradução: Zhu Jing
Revisão: Denise Melo