A cúpula da OTAN foi inaugurada nesta terça-feira (9) em Washington. Este ano marca o 75º aniversário da fundação da organização. Os Estados Unidos declararam que esta edição é “a cimeira mais ambiciosa desde o fim da Guerra Fria”. No entanto, à semelhança das reuniões dos últimos três anos, a agenda desta edição não tem nada de novo, sendo ainda o reforço das capacidades militares, a assistência à Ucrânia e o plano de parceria global.
Sendo uma herança da Guerra Fria e o maior grupo militar do mundo, a OTAN tem sido, desde a sua formação, uma ferramenta dos Estados Unidos para desenvolver confrontos entre alianças e excluir outros países. Nos últimos anos, a organização militar emitiu declarações exagerando com a ideia de “ameaça chinesa”, tentando fazer da China um “inimigo imaginário”.
Apesar de os Estados Unidos estarem constantemente fazendo manipulações para construir uma chamada “versão Ásia-Pacífico da OTAN”, o bloco militar, no entanto, tem dificuldade de construir um “cerco” contra a China na Ásia, e também de construir uma “nova estrutura de segurança” na região.
Em primeiro lugar, a maioria dos países da Ásia-Pacífico não aceita nem acolhe a OTAN. Os Estados Unidos consideram a OTAN como uma ferramenta estratégica para manter a hegemonia, mas a grande maioria dos países da Ásia-Pacífico odeia e se opõe à hegemonia. Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, país da presidência rotativa da União Europeia, publicou recentemente um artigo em Newsweek, alertando que a OTAN estaria cometendo suicídio se escolhesse o conflito em vez da cooperação, e a guerra em vez da paz.
Em segundo lugar, dentro da OTAN há também muitos membros que resistem à expansão do bloco para a Ásia-Pacifico. Os membros europeus querem se concentrar nas questões de segurança da própria Europa. Eles acreditam que a utilização dos recursos fornecidos pelos seus países na região Ásia-Pacífico enfraquecerá as funções de segurança da OTAN na Europa.
Embora a OTAN exagere com a tal “ameaça da China”, a maioria dos seus membros mantém relações estáveis com o governo chinês, e a grande maioria dos países da região Ásia-Pacífico também concorda que a China é a âncora da estabilidade e prosperidade regional e até mesmo global. Quanto ao Japão, à Coreia do Sul, à Austrália e à Nova Zelândia que a OTAN atraiu, é difícil para eles desistirem da cooperação prática com a China a fim de servir os Estados Unidos sem considerar os seus próprios interesses.