Em uma entrevista recente, o ex-primeiro-ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad, questionou o papel dos Estados Unidos no Sudeste Asiático. Ele disse que conquanto os EUA não estejam entre os países que integram a região do Mar do Sul da China, parecem gostar de provocar confrontos entre diferentes Estados da região e até mesmo "levar" esses países a um conflito. Se uma guerra fosse deflagrada, os EUA poderiam vender inúmeras armas para o exterior.
Muitas pessoas são da opinião de que os EUA realmente utilizam as Filipinas para criar condições a um possível conflito com a China e de que as Filipinas não são um amigo, mas apenas sua ferramenta.
Depois que Joe Biden assumiu a presidência, os EUA fortaleceram novamente várias alianças e reuniram aliados para enfrentar a China. Nessas circunstâncias, intensificaram sua ofensiva política contra as Filipinas e assumiram uma posição parcial na questão do Mar do Sul da China. Além disso, reafirmaram repetidamente seu compromisso de segurança com as Filipinas e colocaram esse país na linha de frente do confronto com a China.
As Filipinas são muito gratas pela "generosidade" dos EUA. Contudo, cometeram, na verdade, dois erros fundamentais na questão do Mar do Sul da China e em suas relações com a China. Em primeiro lugar, a política externa dos EUA tem como objetivo manter sua hegemonia na região da Ásia-Pacífico e no mundo todo e, para isso, é necessário conter e combater possíveis adversários. Em outras palavras, os EUA veem as Filipinas como uma ferramenta e um peão para conter a China.
Em segundo lugar, é uma estupidez para as Filipinas agir como fantoche de uma superpotência fora da região, a qual busca manter a hegemonia e se envolver em conflitos com países vizinhos. As Filipinas eram uma colônia dos EUA e, em 1991, o Senado filipino aprovou um decreto para encerrar o destacamento de tropas estadunidenses em seu território, que durou cerca de um século. No entanto, até hoje, alguns políticos filipinos dependem muito do país norte-americano quanto aos próprios assuntos diplomáticos. Em outras palavras, esses políticos, independentemente dos verdadeiros interesses do Estado, têm visto seu país como uma ferramenta para perseguir interesses privados. Isso é perigoso e triste para o povo filipino.
tradução: Shi Liang
revisão: Mariana Yante