No fim de semana passado, houve um ponto de inflexão em relação ao plano da União Europeia (UE) de impor tarifas adicionais aos veículos elétricos chineses.
No último sábado (22), o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, realizou uma videoconferência com o vice-presidente executivo e comissário comercial da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis. As duas partes concordaram em iniciar consultas sobre o caso de investigação antissubsídios da UE contra os carros elétricos da China. O progresso mostra que tanto a China quanto a UE estão dispostas a gerir disputas comerciais através do diálogo e da consulta para evitar que afetem a cooperação econômica e comercial global.
Nos últimos anos, a UE vem provocando disputas comerciais com a China. Só em 2024, o bloco introduziu de forma intensa 31 restrições comerciais e de investimento contra o país asiático, levando à escalada contínua do atrito comercial China-UE. Tomando como exemplo o caso de veículos elétricos chineses, desde o lançamento de uma chamada investigação compensatória até ao anúncio de planos para impor tarifas adicionais, muitas das ações da UE violaram as leis econômicas e os princípios de mercado.
Além disso, de acordo com algumas empresas automotivas chinesas, o lado europeu solicitou uma grande quantidade de informações sensíveis, tais como operações de produção, planos de desenvolvimento, processos técnicos e fórmulas de produtos das empresas chinesas de veículos elétricos e baterias durante a investigação. Na verdade, trata-se de usar o nome de investigação para realizar espiagem.
Ironicamente, o lado europeu alegou que o aumento das tarifas sobre os veículos elétricos chineses visa “proteger” a indústria automotiva europeia. No entanto, empresas como a Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz opõem-se abertamente à cobrança das tarifas adicionais, acreditando que irão encorajar o “protecionismo, nacionalismo e isolacionismo”.
Segundo análises, a oposição dentro da UE e o medo do lado europeu em relação às contramedidas econômicas e comerciais da China levaram certas pessoas a regressar à racionalidade. Eles perceberam que uma vez impostas tarifas, haverá uma série de consequências graves.
O protecionismo não protegerá a competitividade. Beijing não quer ver a escalada do atrito comercial entre a China e a UE e está disposto a considerar as preocupações legítimas de cada um através do diálogo e da consulta, além de resolver os problemas de uma forma racional e profissional. Ao mesmo tempo, a China também espera que o lado europeu não seja influenciado pelo aspecto ideológico ou por interesses de curto prazo, mas sim, que encontre um meio aceitável para ambos os lados.
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Erasto Santos Cruz