China e Europa avançam em missão espacial em meio a ambiciosa agenda de exploração
Fonte: Xinhua Published: 2024-06-17 14:34:05

O desenvolvimento de detectores em órbita para uma missão espacial conjunta China-Europa foi concluído, e eles estão preparados para integração em uma plataforma de satélite localizada na Europa dentro do ano, de acordo com o cientista-chefe da missão.

O Explorador da Relação entre o Vento Solar e a Magnetosfera-Ionosfera (SMILE, sigla em inglês) é uma missão conjunta entre a Academia Chinesa de Ciências (ACC) e a Agência Espacial Europeia (AEE) que visa aprofundar a compreensão da conexão Sol-Terra, observando a interação dinâmica entre o vento solar e a magnetosfera da Terra.

O lançamento do SMILE está programado para 2025 a partir do porto espacial europeu em Kourou, na Guiana Francesa, disse Wang Chi, diretor do Centro Nacional de Ciências Espaciais (CNCE) da ACC, na primeira Conferência Internacional sobre Ciência e Tecnologia Espacial, organizada pelo Instituto de Tecnologia de Beijing, no sábado.

Na reunião, Wang destacou a agenda prospectiva da China para sua exploração espacial, enfatizando pesquisas pioneiras sobre a matéria escura e as ondas gravitacionais no espaço, a busca por planetas habitáveis e sinais de vida alienígena, e o avanço da ciência biológica e física baseada no espaço.

Wang revelou o projeto Hongmeng, também conhecido como Descobrindo o Céu nos Comprimentos de Onda Mais Longos (OML), que é um empreendimento inovador para abrir uma janela sobre a Idade das Trevas do universo usando ondas de rádio de nível mega-hertz. A missão foi projetada para incluir um satélite mãe e nove satélites filhos operando em uma órbita lunar circular de 300 quilômetros, disse Wang.

Também no roteiro para a exploração de espaço profundo da China, a missão Terra 2.0 verá uma série de telescópios enviados para a órbita L2 Terra-Sol para explorar planetas habitáveis semelhantes à Terra fora do sistema solar.

Wang também citou o projeto Temporização e Polarimetria Aprimoradas de Raios X (eXTP), que lançará cargas úteis em uma órbita altamente elíptica para explorar corpos celestes ainda misteriosos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.

O projeto eXTP já entrou em contato com cientistas de mais de 20 países, incluindo Itália, Alemanha e França, com ofertas de cooperação.

A China também deve lançar satélites como o Taiji-2 em uma órbita solar para formar uma constelação com o Taiji-1, que foi enviado ao espaço em 2019, e realizar a detecção de ondas gravitacionais com base no espaço, de acordo com Wang.

O cientista espacial francês Pierre-Yves Meslin destacou o progresso do Detecção de Emissões de Radônio (DORN, sigla em inglês), um instrumento científico desenvolvido por cientistas franceses e transportado pelo módulo de pouso da Chang'e-6, da China, e elogiou a cooperação bem-sucedida entre a França e a China.

Um consórcio de cientistas da China, França e Rússia também apresentou na reunião as suas últimas descobertas e perspectivas no campo da ciência espacial durante a reunião.