Teoria de “excesso de capacidade” sobre carros chineses é pretexto para protecionismo
Fonte: CMG Published: 2024-04-25 16:46:54

A exportação de veículos chineses de novas energias somou 1,2 milhões de unidades em 2023, registrando um aumento anual de 77,2%, taxa que ocupou o primeiro lugar mundial.

Neste desenvolvimento robusto de carros movidos a novas energias da China, porém, surgiram narrativas de que “o excesso da capacidade do setor automobilístico do país impacta o mercado mundial”. Por que há essas teorias difamadoras?

O ex-CEO dos negócios da montadora norte-americana Chrysler na China, Bill Russo, apontou que a situação real é que a capacidade de produção de veículos a gasolina de países origens desses rumores é grande demais. “Parece que eles não se preocupem nada com isso, mas estão profundamente agitados com o alegado ‘excesso de capacidade’ de carros elétricos chineses”, disse Russo.

De fato, a competitividade chinesa no domínio de novas energias foi resultado de preparação e trabalho por décadas, processo em que o planejamento estratégico no início e o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento foram indispensáveis, não deixando falar dos esforços das empresas do setor.

 “É interessante que a norte-americana Tesla é a maior exportadora de carros elétricos da China. Todos os seus veículos elétricos vendidos para o mundo são fabricados na China”, disse Russo, sublinhando que esta corrida não excluiu as empresas automobilísticas de outros países, mas as marcas estrangeiras, exceto a Tesla, optaram por não participar.

Estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE) mostram que para alcançar a meta de neutralização de carbono, a demanda por carros de novas energias e instalações fotovoltaicas no mundo terá um aumento significativo.

O fundador da empresa consultiva Sino Auto Insights, Tu Le, assinalou implacavelmente que a disseminação dessas teorias pode não apenas criar pretextos para o protecionismo, como também causar pânico nos próprios países, a fim de manipular o sentimento da população.

Para Tu Le, as montadoras de outros países se deliciam nos bilhões de dólares norte-americanos de lucros obtidos no mercado chinês nos últimos 20 anos e negligenciaram as inovações tecnológicas. Suas medidas de resposta hoje, entretanto, se resumem à adoção do protecionismo, o que significa excluir as empresas automobilísticas chinesas dos seus mercados.

O analista assinalou que tanto para a Europa como para os EUA, o protecionismo só pode trazer um falso sentimento de segurança de curto prazo. “O que suas empresas automobilísticas devem fazer reside em dedicar esforços reais em design, pesquisa e disposição industrial, ou enfrentarão um fracasso total mais cedo ou mais tarde”, disse Tu Le.

Tradução: Paula Chen

Revisão: Gabriela Nascimento