Real intenção dos EUA de ressaltar “excesso de capacidade” da China
Fonte: CMG Published: 2024-04-25 11:14:18

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, começou ontem (24) sua visita à China. Antes da sua partida, as autoridades norte-americanas anunciaram que Blinken expressaria em Beijing suas preocupações com o “excesso de capacidade” da China em novas energias. Nos últimos tempos, os Estados Unidos têm frequentemente exaltado tal questão, utilizado-a como uma ferramenta na sua “guerra de percepção econômica” contra a China.

Para alguns norte-americanos, a capacidade de produção é associada ao comércio internacional. Eles acreditam que mais produtos exportados significam excesso de capacidade. No entanto, isso não está em conformidade com a lei econômica e vai contra a globalização.

Num sistema econômico global com um elevado grau de divisão do trabalho, a produção e a procura não podem ser limitadas a um determinado país ou região. Já é um fenômeno comum o fato de que a capacidade de produção de uma determinada indústria seja superior à procura interna em certo país, por isso, as exportações são algo normal. Por exemplo, 80% dos chips produzidos nos Estados Unidos e dos carros produzidos na Alemanha são exportados, e os aviões de passageiros produzidos pela Boeing e Airbus também são exportados em grandes quantidades. Será que isso é também um tipo de excesso de produção?

Existe nos Estados Unidos outra desculpa: a capacidade de produção de novas energias na China também excede a procura global. Será que é realmente esse o caso? Confiramos os dados: segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), para atingir o objetivo da neutralidade carbônica, a procura global por novos veículos energéticos atingirá 45 milhões de unidades em 2030, 4,5 vezes da demanda registrada em 2022, e a procura por nova capacidade instalada fotovoltaica atingirá 820 GW, 4 vezes do nível registrado em 2022. Quer dizer, a atual capacidade de produção no mundo está longe de satisfazer a procura do mercado. Sendo o maior mercado mundial de energia renovável e fabricante de equipamentos, a capacidade de produção de alta qualidade da China não é excessiva, mas sim urgentemente necessária para o mundo.

Eis a verdadeira intenção dos Estados Unidos: refrear e suprimir o desenvolvimento das indústrias emergentes da China e procurar uma posição competitiva mais favorável e uma vantagem de mercado para si mesmo.

Do ponto de vista político, este ano é o ano de eleições nos EUA. A chamada teoria do “excesso de capacidade” criada por Washington é uma desculpa para exercer o protecionismo e uma ferramenta para ganhar votos. Por trás dessa campanha, estão o pensamento de soma zero e a lógica de hegemonia profundamente enraizados na mente dos políticos norte-americanos. Ao invés de criar uma teoria falsa, deveriam trabalhar em elevar sua própria competividade.

Tradução: Inês Zhu

Revisão: Gabriela Nascimento